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Zoo de Brasília é mais antigo que a capital; conheça história dos primeiros animais

Brasília completa 63 anos nesta sexta-feira (20/4), mas o Zoológico foi inaugurado dois anos antes da capital federal

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Arquivo Público do DF
SCS-PF-3-3-D-3 (28954).jpg LEGENDA_ Chegada de Casal de Elefantes no Jardim Zoológico de Brasília _ AUTOR_ BRITO (1) (1)
1 de 1 SCS-PF-3-3-D-3 (28954).jpg LEGENDA_ Chegada de Casal de Elefantes no Jardim Zoológico de Brasília _ AUTOR_ BRITO (1) (1) - Foto: Arquivo Público do DF

Mais velho que a própria capital federal, a Fundação Zoológico de Brasília abriu as portas em 6 de dezembro de 1957 como um centro de entretenimento. O espaço foi inaugurado dois anos e cinco meses antes de Brasília, que completa 63 anos nesta sexta-feira (21/4). É o único caso em que o zoo é mais antigo que a cidade.

Macacos, araras, tucanos e uma elefanta foram as primeiras atrações do espaço, que ganhou diversas teorias sobre a história de sua fundação. A versão mais conhecida entre os brasilienses é a de que o zoo foi criado para abrigar a fêmea de elefante-asiático Nely, que teria sido presente do embaixador da Índia ao presidente Juscelino Kubitscheck.

No entanto, documentos da Zoológico de Brasília negam a principal versão. No Livro de Registros do Zoo consta que o primeiro animal catalogado foi um macaco macho da espécie bugio-preto, capturado por um morador.

A famosa elefanta é citada como o segundo animal do zoo e não teria sido um presente ao presidente. O livro diz que ela foi doada por uma companhia farmacêutica de São Paulo e que seu nome original era Deterfom, relacionado ao medicamento que essa empresa divulgava.

“A versão sobre o presente do embaixador da Índia é uma versão enfeitada. O que faz mais sentido mesmo é que o zoológico foi criado como atração para os operários que construíram Brasília”, enfatizou Igor Morais, mestre em zoologia, que trabalhou no Zoológico de Brasília por seis anos.

Fotos da inauguração:

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Registros apontam elefante Nely como segundo animal do zoológico
O espaço foi criado para entretenimento dos operários que trabalhavam na construção de Brasília
Elefanta morreu em 1992
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Inauguração do Zoológico de Brasília em 1957

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Registros apontam elefante Nely como segundo animal do zoológico

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O espaço foi criado para entretenimento dos operários que trabalhavam na construção de Brasília

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Elefanta morreu em 1992

Arquivo Público do DF

Apesar das divergências entre as teorias da fundação, o Zoológico foi um sucesso para as famílias que trabalhavam na construção da capital federal. Era o primeiro ponto de lazer de Brasília.

Com o intuito de crescer a Fundação, a gerência do zoo criou turmas de captura de animais. Os grupos de oito a 10 homens viajavam para os arredores de Goiás, do Pantanal e da Amazônia, em busca de novas espécies para serem exibidas em Brasília.

Um dos capturadores era avô do biólogo Estevão César Soares Melo, 24 anos. Ademar Rodrigues exerceu diversas funções no zoológico desde a fundação. Ele aposentou no zoo e morreu com 72 anos.

“Meu avô esteve desde a fundação. Foi capturador, tratador e aposentou como auxiliar de veterinário. Em 1972 ele ganhou medalha de honra como fundador do zoológico”, conta Estevão.

Veja fotos de Ademar:

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Ele ganhou medalha por ter participado da fundação do zoo
O pai dele trabalhou como motorista do Zoológico
Ademar morreu aos 72 anos
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Ademar com a elefanta Nely

Imagens fornecidas ao Metrópoles
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Ele ganhou medalha por ter participado da fundação do zoo

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O pai dele trabalhou como motorista do Zoológico

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Ademar morreu aos 72 anos

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O amor aos animais ultrapassou gerações, e Estevão resolveu seguir os mesmos passos do avô. Hoje, ele trabalha como tratador do Zoológico de Brasília. “Com certeza, meu avô me incentivou. Desde pequeno, eu queria fazer biologia e trabalhar no zoo, onde meu avô trabalhou por tantos anos, era um sonho.”

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Ele é biólogo
Cezar cuida do serpentário e outros animais
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Cezar é tratador no Zoológico de Brasília

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Ele é biólogo

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Cezar cuida do serpentário e outros animais

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Captura

Cunhado de Ademar, Erécio Lima Verde de Carvalho também participou das primeiras turmas de captura do zoológico. A dupla foi responsável por levar os primeiros tamanduás, cachorros do mato e javalis para a Fundação. Alguns dos bichos Erécio capturou na própria fazenda em Jataí (GO) e levou para o zoológico.

Erécio também passou pelas funções de tratador e recebeu certificado de honra pelo serviço de auxiliar de enfermagem. Depois de 35 anos de dedicação ao serviços no Zoológico, Erécio tornou-se servidor público e faleceu com 72 anos. Hoje, ao passear pelo zoo, o filho de Erécio, Mauro Alves, 55, diz sentir orgulho de relembrar a trajetória do pai no espaço.

“Até hoje, quando passo na via em frente ao zoológico, eu me lembro do meu pai e de tudo o que vivenciei na minha infância visitando o zoológico e indo visitar meu pai de bicicleta, durante os plantões”, relembra Mauro.

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Ele esteve na primeiras turmas de captura
Alguns animais ele levou da própria fazenda em Goiás
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Erécio foi o responsável por levar alguns dos primeiros animais para o zoo

Imagens cedidas ao Metrópoles
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Ele esteve na primeiras turmas de captura

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Alguns animais ele levou da própria fazenda em Goiás

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Animais antigos

A famosa elefanta Nely morreu em 1992, provavelmente por causa da idade avançada, estima-se que ela tinha cerca de 60 anos. A morte de Nelly coincidiu com uma visita oficial do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, a Brasília. Comovido pela tristeza que os brasilienses ficaram com a morte da elefanta, Mandela presenteou o DF com um casal de elefantes.

Babu e Belinha chegaram ao zoo em 1995. O macho morreu em janeiro de 2018. Hoje, quem faz companhia a Belinha, 27, é Chocolate, 30, resgatado de um circo em 2008.

Casal de elefantes Babu e Belinha

De acordo com os registros do zoológico, não há animais da época de Nely. Os bichos mais antigos são a hipopótamo fêmea, de nome Bárbara, que chegou em 1983, e uma arara azul, de 1999.

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