Volta do fumacê no combate à dengue depende do MPT, diz Paco Britto
Irregularidades que levaram à interdição das atividades envolvendo o pesticida foram sanadas, segundo governador em exercício
atualizado
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O governador em exercício, Paco Britto (Avante), disse neste sábado (25/05/2019) que depende do Ministério Público do Trabalho (MPT) a liberação para uso fumacê no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue e outras doenças.
O MPT interditou, na semana passada, a atividade de nebulização, contato e manuseio com o pesticida após encontrar irregularidades no galpão de Taguatinga, onde o produto era preparado. Segundo Britto, os problemas identificados pelo MPT foram sanados na quinta-feira (23/05/2019), mas o órgão não retornou ao local ainda.
“Desde quinta-feira estamos prontos. Mandaram e-mail ontem [sexta-feira] dizendo que só vão [ao galpão] na segunda-feira. Não estão vendo o problema da dengue ou só a gente tem que ver?”, criticou, em entrevista ao Metrópoles.
No lugar do governador Ibaneis Rocha (MDB), que está em viagem oficial em Portugal, Britto visita neste sábado as tendas de hidratação da força-tarefa criada para combater a epidemia de dengue no DF. “Os locais já estão atendendo. Vamos fazer todos os testes e hidratação. Se for preciso, a pessoa será encaminhada para uma unidade de saúde”.
Durante três semanas, seis centros específicos farão atendimento para agir de forma emergencial sobre o principal fator de atenção imediata: a hidratação. A ação começa às 12h deste sábado, com tendas duplas em Varjão, Candangolândia, Itapoã, Planaltina, Estrutural e Sobradinho II.
Somente este ano, foram confirmadas 16 mortes causadas pela dengue no DF. São quase 20 mil notificações. Em meio à epidemia, o diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Petrônio da Silva Lopes, pediu para deixar o cargo. A própria pasta confirmou que a solicitação foi feita por meio de uma carta interna. No texto, Lopes alega “motivos de caráter pessoal”.
Entenda
O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio de uma procuradora, auditor fiscal e um agente de segurança vistoriaram a Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal (Dival), em Taguatinga. No local, é preparado o produto químico utilizado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal no combate ao Aedes.
A procuradora do MPT Renata Coelho disse, em relatório, que o prédio está em péssimo estado e as instalações sanitárias são ruins, com condições de armazenamento inadequadas e ausência de treinamento para a equipe de manuseio do veneno.
O MPT apurou que o local é utilizado para guardar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) contaminados para descarte. Porém, o lixo que deveria ser incinerado acumula-se em recipientes de acesso livre a todos os trabalhadores.
O órgão também apontou que os equipamentos com o veneno ficam na carroceria do veículo, junto com EPIs usados e contaminados, no meio dos próprios trabalhadores. Os equipamentos fornecidos também não seriam suficientes. As luvas e máscaras são reutilizadas, sem higienização específica.
Os profissionais, apesar do risco, também não recebem adicional de periculosidade, nem de insalubridade, segundo os procuradores do trabalho.
Por meio da assessoria de imprensa, a procuradora Renata Coelho explicou, neste domingo (26/05/2019), que enviou e-mail na quinta-feira (23/05/2019) ao GDF lembrando o que precisa ser feito para liberação do espaço e aguarda resposta.