Vizinhos relatam trauma após feminícidio no DF: “Ira dele era grande”
Diego Nunes Freitas assassinou Rosileia Pereira Freitas a facadas na tarde de sábado. Crime ocorreu na QND 52, em Taguatinga
atualizado
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O feriado de Carnaval ficou marcado pela violência na QND 52, em Taguatinga. Na tarde de sábado (13/2), Diego Nunes Freitas, 40 anos, matou a ex-companheira, Rosileia Pereira Freitas, 36, a facadas, no meio da rua. O crime traumatizou a vizinhança, assustada com a crueldade e a covardia do acusado de cometer o feminicídio — câmeras de vigilância flagraram o momento do assassinato. Diego está preso.
Regina Luzia Pereira, 58, é uma das moradoras mais antigas do local e relata que ficou “muito assustada” quando soube do crime ao lado de casa. “Essa rua é tranquila, eu nasci aqui e nunca vi coisa assim”, afirmou ao Metrópoles.
Segundo ela, o genro tentou defender a vítima. “Eu estava deitada, dormindo, quando as minhas netas viram o momento e saíram gritando: ‘Vovó, acabaram de matar a mulher aqui na rua’. Na hora, meu genro foi lá e começou a bater nele (Diego) com uma barra de ferro. Ela (Rosileia) ainda estava respirando, mas deu os últimos suspiros”, lamentou Regina. “O homem ainda parou para fumar. Deu as facadas e foi fumar. Algo terrível”, completou.
“Enquanto ele a agredia, ficava xingando a sogra também. Aí, meu genro pegou a barra de ferro e bateu nele para tentar impedir. Se ele não fizesse isso, o cara matava a mãe dela também, porque a ira dele era grande”, completou a vizinha.
A mãe da vítima tentou, a golpes de sombrinha, impedir o ataque do agressor, mas ele não parou de esfaquear a ex-mulher. Ela morreu com mais de 30 facadas, principalmente na região do pescoço.
Algumas pessoas que estavam no local seguraram o agressor, preso em seguida pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no local do crime. De acordo com os investigadores da Polícia Civil, Diego não aceitava o fim do relacionamento.
“Terrível”
Rosileia morava com os dois filhos do casal — uma jovem de 18 anos e um menino de 8 — há cerca de duas semanas em uma casa alugada na rua ao lado, QND 38. Segundo a dona da residência, Tereza Nobre, 54, a vítima havia saído para buscar a mãe, que chegava de Formosa (GO), em uma parada de ônibus. “Elas voltavam no momento que ele veio atrás dela”, contou.
“Era uma pessoa muito boa, saía de manhã cedo para trabalhar. Trabalhava no comércio de Taguatinga, era uma mulher muito tranquila”, descreveu. “Eu cheguei aqui e vi o desespero da filha dela. Na mesma hora, o policial chegou e me informou que o ex-marido havia matado. Foi um baque”, disse Tereza.
O servidor público Aderso Francisco do Nascimento, 63 anos, mora na rua onde ocorreu o feminicídio desde 1978 e nunca havia visto crime como esse na região. “Aqui, a maioria é morador antigo, se conhece”, contou.
“Eu não estava em casa, então, quando cheguei, me deparei com o corpo no chão, perícia, tudo. Foi terrível”, comentou. “É muito triste, porque sabemos que ninguém pôde ajudar, ninguém conseguiu impedir”, completou.