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Vizinha sobre espancamento de ex-líder da Falange Satânica: “Terror”

Gengis Keyne Braga Barcelos de Brito teve costelas quebradas após uma discussão com donos do apartamento onde mora, na Vila Planalto

atualizado

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Casa onde Gengis Kayne foi espancado4
1 de 1 Casa onde Gengis Kayne foi espancado4 - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

Vizinhos de Gengis Keyne Braga Barcelos de Brito descreveram o espancamento sofrido pelo homem de 47 anos, nesse domingo (16/10), como uma “noite de terror”.

Condenado por um dos crimes mais marcantes da história do Distrito Federal, o assassinato do estudante Marco Antônio Velasco, em 1993, o ex-líder da gangue Falange Satânica foi agredido e teve costelas quebradas após uma discussão com donos do apartamento onde mora, na Vila Planalto, por falta de pagamento de aluguel. O caso foi revelado pelo Metrópoles.

Morre a jornalista Valéria de Velasco aos 73 anos, mãe de Marco Antônio Velasco

“Foi uma noite aterrorizante. Eu estava em casa, com meu marido e meu filho e ficamos os três encolhidos na cama. Estava todo mundo dormindo no momento, eram umas 4h, mais ou menos”, descreve uma moradora que pediu para ter a identidade preservada. “Não saí para ver quem era, pois não iria colocar minha vida em risco”.

Veja imagens do local:

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Quitinete fica nos fundos do lote
Lote tem outros moradores
Vizinhos ouviram gritos durante a madrugada
A confusão teria começado no dia anterior, quando Gengis chegou em casa e viu que não tinha água ou luz
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Vizinhos definiram agressão como uma “noite de terror”

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Quitinete fica nos fundos do lote

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Lote tem outros moradores

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Vizinhos ouviram gritos durante a madrugada

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A confusão teria começado no dia anterior, quando Gengis chegou em casa e viu que não tinha água ou luz

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Conforme registrado na 5ª DP (Área Central), há 15 dias os proprietários do imóvel onde Gengis vive com a esposa e o filho de sete anos têm cortado luz e água do local com o intuito de forçar o pagamento de três meses de locação atrasado.

A confusão teria começado no dia anterior, quando Gengis chegou em casa e viu que não tinha água ou luz. “Ele estava com uma faca e ameaçou os vizinhos, dizendo que nós que desligamos a água e a luz da casa dele, mas todo mundo sabe que ele não pagava o aluguel”, diz a moradora.

“Minha casa é aqui. Infelizmente, não tenho para onde ir. Estamos vivendo com um medo constate, um terror, pesadelo”, lamenta a vizinha.

Agressão

Nesse sábado (15), houve uma discussão entre a esposa do ex-líder da gangue com responsáveis pelo apartamento. Segundo consta no boletim de ocorrência, houve troca de ameaças e Gengis chegou a questionar aos donos do local se “sabiam quem ele era”.

Após o registro do caso na delegacia, pelo menos seis membros da família dona do imóvel se reuniram e, durante a madrugada, houve a invasão do apartamento. Segundo relatado pela esposa de Gengis Keyne, o marido foi agredido com socos e pontapés, tendo sofrido lesão na cabeça, no olho esquerdo, além de ter sete costelas fraturadas e perfuração do pulmão.

Dois tiros ainda teriam sido disparados sem que alguém fosse atingido.

Relembre o caso

O assassinato do estudante Marco Antônio Velasco, 16 anos, foi um dos crimes mais marcantes da história do DF. Atacado por 11 homens, entre adolescentes e adultos, ele teve traumatismo craniano e múltiplas fraturas.

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Ao fundo, Marco Antônio Velasco, morto após ser espancado
Sangue no chão da 316 Norte, onde ocorreu o espancamento
Gengis Keyne, líder da gangue que espancou a vítima
Gengis Keyne
Gengis Keyne no julgamento
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Marco Antônio Velasco

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Ao fundo, Marco Antônio Velasco, morto após ser espancado

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Sangue no chão da 316 Norte, onde ocorreu o espancamento

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Gengis Keyne, líder da gangue que espancou a vítima

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Gengis Keyne

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Gengis Keyne no julgamento

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Gengis Keyne em depoimento à polícia

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Ocorrido em agosto de 1993 na quadra 316 da Asa Norte, a morte brutal foi motivada por uma discussão na porta de um colégio entre a vítima e membros da gangue Falange Santânica no dia anterior ao caso.

Gengis Keyne de Brito foi orientado pelo tio, que era delegado de polícia, a se apresentar às autoridades. Ele contou o que havia acontecido e delatou os companheiros. O problema é que Keyne não sabia que Marquinhos, como era chamada a vítima, havia morrido. Só soube depois que assinou a confissão.

No grupo, Keyne e outros quatro envolvidos eram maiores de idade a acabaram condenados a 28 anos de prisão. Por causa de atenuante, ficaram pouco tempo detidos. Os menores que participaram do ataque covarde foram para o antigo Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), mas também não permaneceram muito tempo por lá. Um deles, inclusive, fugiu e não foi mais encontrado.

Keyne teve outras passagens pela polícia. Em 2003, por exemplo, acabou preso por tentar comprar um celular com um cheque falso. Em 2007, foi encontrado com droga e voltou à prisão.

A jornalista Valéria Velasco, mãe de Marquinhos, criou o Comitê Nacional de Vítimas de Violência (Convive) depois da morte do filho. Ela morreu em 2018.

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