1 de 1 Imagem colorida de uma montagem com foto das vítimas de feminicidio no DF em 2023 - Metrópoles
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Com 64 anos de existência, a capital da República superou municípios centenários do país, e o Distrito Federal ficou em terceiro lugar em um ranking de cidades com mais vítimas de feminicídio, em 2023. A informação consta no Mapa da Segurança Pública 2024, publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). No ano passado, 33 mulheres foram assassinadas em virtude da discriminação de gênero.
No dia do feminicídio, João e a ex-companheira levavam a filha para o colégio. Na volta, os dois discutiram na rua. Em seguida, ele sacou uma faca e deu ao menos quatro golpes na vítima. Ela não resistiu.
Veja imagens da vítima:
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Simone Sampaio de Melo, 40 anos
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Ela foi assassinada a facadas pelo ex-marido João Alves Catarina Neto, em 2023
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Simone tinha três filhos
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Simone Sampaio de Melo morava no Gama
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Simone foi morta a facadas na rua
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O assassino, João Alves Catarina Neto, foi preso pouco depois do feminicídio
Professora e pesquisadora em estudos étnico-raciais e de gênero da Universidade Católica de Brasília (UCB), Kelly Quirino afirma que o feminicídio, enquanto tipificação qualificadora dos crimes de homicídio, surgiu diante da especificidade dos assassinatos de mulheres.
“Os feminicídios ocorrem por conta do machismo e do patriarcado, que coloca as mulheres em uma situação como de que elas são propriedade dos homens. Nesse sentido, trata-se de um crime de ódio contra o gênero. Ter [na lei] um agravante para quando se mata uma pessoa do sexo feminino pelo simples fato de ela ser isso é muito importante”, ressalta Kelly.
Números da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que, em 2023, quase 70% dos feminicídios foram cometidos dentro de casa. Outros 27% ocorreram em público, em locais como ruas, praças e estacionamentos. O restante se passou em estabelecimentos comerciais como bares e casas de festas.
Em 45% dos casos, os feminicidas usaram arma branca; em 22%, arma de fogo; e, em 22%, asfixiaram a vítima. Mais de 77% delas haviam sofrido violência doméstica antes de serem assassinadas.
Classificação
Em 9 de março de 2015, a Lei do Feminicídio entrou em vigor, e esse delito se tornou crime hediondo. As Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres definem que o nome dado ao crime é usado para fazer referências a assassinatos cometidos em razão do gênero.
O Código Penal ainda estabelece que, para que o assassinato de uma mulher seja enquadrado dessa maneira, leva-se em consideração a questão do gênero relacionada ao delito – que, geralmente, envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra o gênero da vítima.
Veja fotos de algumas das vítimas de feminicídio de 2023:
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Cristina de Sousa Santos, 32 anos
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Brenda Almeida Michnik, 20 anos
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Valderia da Silva Barbosa Peres, 46 anos
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Patrícia Pereira de Sousa, 41 anos
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Sofia Antunes Queiroz, 20 anos
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Rayane Ferreira de Jesus Lima, 18 anos
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Letícia Barbosa Mariano, 25 anos
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Simone Sampaio de Melo, 40 anos
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Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36 anos
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Giovana Camilly Evaristo Carvalho, 20 anos
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Jeane Sena da Cunha Santos, 42 anos
Material cedido ao Metrópoles
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Mirian Alves Nunes, 26 anos
Reprodução redes sociais
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Fernanda Letícia da Silva, 27 anos
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Gabriela Bispo de Jesus, 33 anos
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Anariel Roza Dias, 39 anos
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Valdice Veiga Santana Schettine, 47 anos
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Adrielly Thauana Pereira de Carvalho, 29 anos
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Andreia Crispim de Lima Silva, 50 anos
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Claudia Barbosa de Melo, 40 anos
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Denise dos Santos Alves Cardoso, 21 anos
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Deylilane Alves Santos Conceição, 34 anos
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Elaine Vieira de Jesus Dias de Oliveira, 35 anos
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Emily Talita da Silva, 20 anos
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Maria Ivonilde Abreu, 45 anos
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Itana do Amparo dos Santos, 36 anos
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Jaqueline Reis, 29 anos
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Patrícia do Nascimento Feitosa, 44 anos
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Regiane da Silva Oliveira, 21 anos
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Canais de ajuda
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conta com quatro meios para recebimento de denúncias: on-line, pelo telefone 197 (opção zero), pelo e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e pelo WhatsApp 61 986-261-197. A Polícia Militar (PMDF) atende pelo número 190.
Confira outros meios para buscar atendimento:
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212
Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam II) Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro Telefone: (61) 3207-7391
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Contato: 3190-5291
Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal Contato: telefone 180
Centro Integrado 18 de Maio Endereço: 307/308 Sul Telefone: 61 2244-1512 e 61 983-140-636
A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a ela, tanto no âmbito público como no privado
Hugo Barreto/Metrópoles
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Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral
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A violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause dano emocional, como chantagem, insulto ou humilhação
Hugo Barreto/Metrópoles
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Já a violência sexual é aquela em que a vítima é obrigada a manter ou presenciar relação sexual não consensual. O impedimento de uso de métodos contraceptivos e imposição de aborto, matrimônio ou prostituição também são violências desse tipo
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A violência patrimonial diz respeito à retenção, subtração, destruição parcial ou total dos bens ou recursos da mulher. Acusação de traição, invasão de propriedade e xingamentos são exemplos de violência moral
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A violência pode ocorrer no âmbito doméstico, familiar e em qualquer relação íntima de afeto. Toda mulher que seja vítima de agressão deve ser protegida pela lei
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Segundo a Secretaria da Mulher, a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. A pasta orienta que ameaças, violência, abuso sexual e confinamento devem ser denunciados
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A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita pelo 190 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na Central de Atendimento da Mulher pelo 180 ou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona 24 horas
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O aplicativo Proteja-se também é um meio de denúncia. Nele, a pessoa poderá ser atendida por meio de um chat ou em libras. É possível incluir fotos e vídeos à denúncia
Marcos Garcia/Arte Metrópoles
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A Campanha Sinal Vermelho é outra forma de denunciar uma situação de violência sem precisar usar palavras. A vítima pode ir a uma farmácia ou supermercado participante da ação e mostrar um X vermelho desenhado em uma das suas mãos ou em um papel
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Representantes ou entidades representativas de farmácias, condomínios, supermercados e hotéis em todo DF que quiserem aderir à campanha devem enviar um e-mail para sinalvermelho@mulher.df.gov.br
Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
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Os centros especializados de Atendimento às Mulheres (Ceams) oferecem acolhimento e acompanhamento multidisciplinar. Os serviços podem ser solicitados por meio de cadastro no Agenda DF
Agência Brasília
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Homem que jogou água fervente na própria irmã é preso em Manaus
Agência Brasília
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A campanha Mulher, Você não Está Só foi criada para atendimento, acolhimento e proteção às mulheres em situação de violência que pode ter sido consequência, ou simplesmente agravada, pelo isolamento resultante da pandemia. Basta ligar para 61 994-150-635