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Vítima de incêndio no Noroeste segue internada em estado gravíssimo

Felipe Bento Nunes Gonçalves está internado em estado grave, na UTI do Hran, referência no tratamento de queimados no Distrito Federal

atualizado

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Com mais de 70% do corpo queimado, Felipe Bento Nunes Gonçalves (foto em destaque), vítima de uma explosão seguida de incêndio em um apartamento no Noroeste, está internado em estado muito grave no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), segundo o Metrópoles apurou. A unidade de saúde é referência no tratamento de pacientes queimados no Distrito Federal.

Felipe estava em casa, em um prédio de imóveis residenciais e comerciais na Quadra 510 do Noroeste, na manhã dessa quarta-feira (6/12), após um suposto vazamento de gás. Bastante ferido, o paciente está na internado na unidade de terapia intensiva (UTI) desde após o ocorrido.

Devido à gravidade da situação, o primeiro andar ficou destruído e parte da fachada do prédio, danificada. Moradores do condomínio relataram que Felipe vivia uma vida discreta, trabalhava em home office e morava sozinho no apartamento, que era alugado.

Momentos antes de a tragédia acontecer, testemunhas reclamaram de um “forte cheiro de gás”. Apesar da tentativa de funcionários de desligar o sistema de abastecimento para impedir uma explosão, o esforço não surtiu efeito.

Síndica do prédio, Isaura Andrade Silva, 43, disse que Felipe estava desacordado quando o incêndio começou. Ele foi resgatado graças a uma das zeladoras que trabalha no condomínio. “Não sabemos se tinha tomado remédio para dormir ou se o gás, que estava forte, fez com que desmaiasse”, comentou.

Ainda segundo Isaura, a vítima havia perdido a mãe pouco mais de um mês antes, e outros parentes dele não foram localizados pela reportagem até o momento.

O incêndio

O incêndio provocou uma “onda de choque” e destruiu um andar inteiro do condomínio. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) informou que as equipes fizeram buscas e que, posteriormente, acionaria a Defesa Civil para realizar uma avaliação mais criteriosa das condições do local.

Após a análise, técnicos decidirão se a estrutura ficará liberada para receber moradores e funcionários das áreas comerciais de volta ou se será interditada.

A suspeita é que tenha havido um vazamento de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, devido a informações passadas por testemunhas aos bombeiros, bem como aos efeitos da explosão.

“A onda de choque é muito forte. Em um lado do prédio, as janelas foram arremessadas. Inclusive, uma delas colidiu com um veículo estacionado na rua. Depois disso, tivemos de abrir algumas portas e janelas, para fazer ventilação e deixar o gás sair”, detalhou o major do CBMDF Igor Paz.

O prédio, porém, tinha uma “reserva técnica de incêndio” bem estruturada, segundo o militar. “A equipe de zeladores deu o suporte necessário. E as informações nesse ponto são importantes, porque, a partir do momento em que se aciona o Corpo de Bombeiros, é interessante que alguém da própria edificação tenha informações sobre onde se desliga luz, água, energia”, orientou.

Veja imagens:

“Cheiro forte de gás”

Moradora do prédio, a servidora pública Karla Daniele Leôncio Moraes, 39, contou que trabalhava em home office quando percebeu haver algo errado. “Interfonei para o porteiro, e ele disse que outras pessoas também reclamaram [do cheiro de gás]; por isso, desligaram o sistema e acionaram a empresa que cuida desse serviço no prédio”, afirmou.

Depois da explosão — que afetou outros imóveis —, um incêndio começou no apartamento de Felipe, e a fumaça se alastrou para outras partes do prédio. Nesse momento, uma das zeladoras que trabalha no edifício entrou no imóvel dele e o encontrou desacordado.

Ela ainda resgatou outra pessoa que precisou de ajuda para deixar o prédio e, depois, gritou para todos os moradores e trabalhadores de lojas no edifício deixarem o local.

As chamas foram controladas por volta das 11h, cerca de duas horas após a explosão. O incêndio destruiu toda a parte interna do primeiro andar do prédio. Assustados, diversos animais fugiram, na tentativa de se salvar. No início da tarde desta quarta-feira (6/12), os bombeiros ainda procuravam por um gato e um cachorro desaparecidos. Nenhum estava ferido até então.

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