Vítima de feminicídio pediu medida protetiva 3 semanas antes do crime
Olívia Makoski, 47 anos, relatou à PCDF que estava sendo perseguida pelo ex-marido desde a separação
atualizado
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Três semanas antes de ser vítima de feminicídio na madrugada deste domingo (17/10), a empresária Olívia Makoski, 47 anos, pediu medidas protetivas contra o assassino, Francisco de Assis Guembitzchi, 55. Conforme chegou a relatar à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ela vinha sendo perseguida pelo ex-marido. Somente este ano, o DF registrou 17 feminicídios, segundo a Secretaria de Segurança Pública. O número se iguala a estatística de todo o ano de 2020.
Eles foram casados por 31 anos e tiveram três filhos juntos: um homem atualmente com 29 anos e duas mulheres, com 25 e 23. A separação ocorreu em agosto, e os dois chegaram a continuar vivendo na mesma casa por um tempo, até que Olívia pediu para que houvesse a divisão de bens e cada um seguisse a própria vida.
Francisco, no entanto, não aceitou o término. Passou a perseguir a vítima com frequência, indo atrás dela, se escondendo e vigiando o que a mulher fazia.
O dia 26 de setembro foi a gota d’água para Olívia. Ela levava a filha e três netos para casa, quando viu que o autor a estava perseguindo de carro. Houve uma tentativa de despistar, mas Francisco quase bateu no veículo onde ela estava. Foi então que ela registrou um boletim de ocorrência, por temer qual poderia ser o próximo passo de Francisco.
O 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Ceilândia analisou o caso e deferiu o pedido. A magistrada entendeu que “o requerido representa risco concreto e iminente para integridade física da ofendida”.
Ficou definido que Francisco deveria se afastar da casa no prazo de 48 horas e houve a proibição de qualquer contato com a vítima por qualquer meio de comunicação. Um limite de 500 metros de distância também foi fixado.
O crime
Mesmo assim, Olívia foi morta com golpes de faca pelo companheiro. O homem se matou em seguida. O crime aconteceu na Quadra 207 do Por do Sol, por volta da 1h40 deste domingo (17/10).
O caso está sob os cuidados da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam II). Segundo a delegada-chefe da unidade policial, Adriana Romana, as investigações apontam para o crime de feminicídio, seguido por suicídio.
“Aparentemente, houve uma discussão. Ele a agrediu com facadas e depois ceifou a própria vida”, disse a delegada. No imóvel, policiais também localizaram um revólver. “Ainda não sabemos se foram efetuados disparos. Aguardamos os laudos”, explicou Adriana Romana.
A tragédia ocorreu na residência do casal. Peritos foram chamados para analisar a cena do crime. Olívia e Francisco tinham um restaurante na região. Segundo a delegada, não havia histórico de violência física entre os dois, mas de agressões verbais.
Pouco depois do crime, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi até o local. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) também se deslocou para o endereço, mobilizando duas viaturas e seis militares. Mas, quando chegaram ao imóvel, Olívia e Francisco já não apresentavam sinais vitais.