Vítima de estupro comemora condenação de dono do Bambambã: “Vitória”
Vítima disse acreditar no trabalho do Poder Judiciário e celebrou a condenação do empresário por estupro de vulnerável
atualizado
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Após a condenação de Gabriel Ferreira Mesquita a oito anos por estupro de vulnerável, uma das 12 vítimas que acusam o dono do bar Bambambã – na 408 Norte, em Brasília – de abuso comemorou a decisão.
“É uma vitória. Estou muito feliz que esses quatro anos de luta estão chegando ao fim, que está tão perto de acabar e que a justiça está sendo feita. Não podemos aceitar que permitam estupros”, declarou.
“A gente não pode ser culpada pelo crime do Gabriel. Olhe quantas vítimas. Doze registraram boletim de ocorrência e tantas outras nos procuraram narrando a mesma violência. Estou muito otimista que estamos cada vez mais perto de ter justiça. Agora é esperar essas próximas fases e confiar no trabalho do Judiciário”, finalizou.
Gabriel foi condenado a 8 anos de prisão por estupro de vulnerável, quando dopou e forçou uma relação sexual com a vítima. A sentença foi publicada nessa segunda-feira (15/7), e a pena deve ser cumprida em regime fechado, por envolver crime hediondo.
“A vítima, pelo estado de embriaguez em que se achava, não teve condições de consentir na prática sexual almejada pelo réu, muito menos de oferecer resistência à conduta dele”, destacou o juiz Aimar Neres de Matos.
Relembre o caso
Ao menos 12 mulheres denunciaram Gabriel Mesquita. Elas conversaram com a reportagem e detalharam histórias de horror e traumas provocados pelo acusado, que cometia os crimes após dopá-las.
“Aconteceu em uma noite após o aniversário de um amigo. Ele me levou até o quarto, onde, inicialmente, consenti a relação. Quando terminamos, e após certo tempo, adormeci. No meio da madrugada, no entanto, fui acordada de forma extremamente violenta, com ele me virando de bruços e forçando sexo anal”, relatou Maria*, uma das vítimas.
Amigos do dono do Bambambã também ressaltaram o suposto perfil hostil do empresário. “Conheci o Gabriel ainda na juventude; inclusive, chegamos a morar juntos. Ele era uma pessoa envolvente e agradável, mas agressivo e violento quando confrontado”, descreveu um colega, que não quis se identificar.
“Ele [Gabriel] falou uma ou duas vezes sobre ter tido relação sexual consentida com uma mulher e, no meio do ato, ter partido para o sexo anal sem permissão da parceira. E [ele] teria achado o máximo”, completou o conhecido.
Em agosto de 2022, a 2ª Vara Criminal de Brasília condenou Gabriel a seis anos de prisão por um processo de 2018. Na denúncia, o réu foi acusado de forçar sexo com a vítima, aproveitando-se do fato de que ela estaria embriagada e sem condições de reagir. No entanto, ele foi absolvido após apelação da defesa na segunda instância do TJDFT.
Defesa
Por meio de nota, a defesa de Gabriel informou que vai recorrer da decisão “para restabelecer a total inocência” do condenado. O advogado do empresário ainda apontou a acusação como “injusta”.
Leia nota na íntegra:
“A Justiça tem sido feita. Em verdade, Gabriel Ferreira, foi absolvido de mais duas injustas acusações. É válido lembrar que 12 denúncias foram feitas e, corretamente, a Justiça do Distrito Federal já o absolveu de 11 delas.
Por esse motivo, encaramos com serenidade essa única condenação. Entendemos que houve um grande erro e vamos recorrer ao Tribunal de Justiça para restabelecer a total inocência de nosso cliente.”