Vistoria revela falta de leitos, médicos e equipamentos no HRC
Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar foi a responsável pela fiscalização do estabelecimento
atualizado
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Na manhã desta terça-feira (14/11), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa (CLDF) foi ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) após uma série de denúncias sobre a precariedade no atendimento do local. Pacientes, familiares e servidores relataram à Comissão longas filas de espera, falta de insumos básicos, déficit de servidores e problemas na estrutura.
Durante a fiscalização, foram constatadas a ocupação de 100% dos leitos de enfermaria e UTI e a superlotação do pronto-socorro. Além disso, médicos foram vistos fazendo procedimentos em frente a pacientes, já que não há vagas para internação ou leitos.
“São mais de 100 pessoas lá dentro, internadas no próprio pronto-socorro, lugar destinado para cerca de 40 pessoas. Muitos estavam no corredor. A sala vermelha — que acelera o atendimento a pessoas com risco de morte — estava com oito pessoas, onde cabem quatro, o que dificulta os procedimentos de quem chega em uma situação muito precária”, relatou o deputado distrital Fábio Félix (Psol), que marcou presença na fiscalização.
O maior déficit atestado pela Comissão foi a de médicos clínicos, pediatras e técnicos de enfermagem. A diligência realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos também registrou a necessidade de atualização de parte do equipamento do hospital.
Segundo servidores do Hospital Regional de Ceilândia, já foi registrada demanda na Secretaria de Saúde para que haja reforma e ampliação do pronto-socorro do estabelecimento.
O Metrópoles entrou em contato com a pasta, que informou que não há falta de insumos básicos e ressaltou a previsão de ampliação e reforma do pronto socorro do HRC.
“A pasta tem atuado na renovação e aumento do quadro de servidores. Estão homologados e vigentes processos seletivos para diversas carreiras da Saúde. Está previsto, também, ampliação e reforma do pronto socorro, com projetos arquitetônicos e projetos complementares prontos, aguardando a licitação por meio da Novacap”, explicou, em nota.
A SES-DF também salientou que a diretora do Hospital Regional de Ceilândia acompanhou a inspeção e esta a par da situação.
Hospital de Base
Outra diligência foi realizada na última quarta-feira (8), no Hospital de Base (HBDF). A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos também flagrou condições críticas na unidade de saúde gerida pelo Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF).
A visita ocorreu após a comissão receber diversas denúncias sobre a situação no local. Pacientes e parentes de internados relataram haver falta de leitos e de insumos básicos para as atividades. Além disso, servidores que entraram em contato com o colegiado criticaram as condições de trabalho na unidade de saúde.
Durante a inspeção, parlamentares do colegiado encontraram pacientes internados em corredores; infiltrações na cozinha do hospital; número de profissionais insuficiente para os atendimentos em diferentes setores; e leitos improvisados no pronto-socorro, devido à superlotação.
Com capacidade para 71 pacientes, a Emergência do HBDF tinha 178 internados no momento da visita. Outras 17 pessoas aguardam vaga para serem transferidas para a unidade de terapia intensiva (UTI).
Em nota, o Iges-DF informou que o HBDF enfrenta uma situação de superlotação no pronto-socorro, com um número significativamente maior de pacientes do que a capacidade total para atendimento. “Por ser um hospital de portas abertas, ele recebe e acolhe todo paciente que busca cuidados médicos. E, por ser um centro de saúde de referência em todo o país, o setor apresenta número elevado de enfermos provenientes dos mais diversos estados brasileiros”, justificaram. O instituto ressaltou que trabalha para aprimorar as condições do hospital.