Vigilantes são rendidos, espancados e roubados em parque público do DF
Vigilantes foram amarrados em banheiro da guarita do Parque de Santa Maria e bandidos jogaram gás no cômodo para aterrorizar as vítimas
atualizado
Compartilhar notícia
Mais um caso de violência, registrado em um parque púbico do Distrito Federal, passou a ser investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No última quinta-feira (5/12), por volta das 22h, dois vigilantes foram rendidos, espancados e roubados no Parque Ecológico de Santa Maria. A abordagem violenta ocorreu após o fechamento dos portões da unidade ecológica.
Os vigilantes encontraram três pessoas nas dependências do parque no momento em que faziam uma ronda. Desarmados, os seguranças se aproximaram do grupo e um dos suspeitos apontou uma arma de fogo para a dupla, que foi rendida. “Perdeu deita no chão”, disse o agressor.
Na sequência, o trio tomou os cassetetes dos vigilantes e começou a bater nas vítimas. Os profissionais foram amarrados e mantidos presos no banheiro da guarita do parque, enquanto o trio de bandidos passou a procurar por armas no local.
Em determinado momento, os criminosos encontraram gás de pimenta na guarita e dispararam o artefato dentro do banheiro onde os vigilantes eram mantidos reféns. Os assaltantes encontraram, também, as chaves do carro de uma das vítimas e levaram o veículo.
Após a fuga dos bandidos, os vigilantes conseguiram se soltar e chamar por socorro pelo 190.
Veja:
Segundo o Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF), o crime reacende a discussão sobre o reforço da segurança nos parques públicos. Recentemente, uma mulher foi vítima de uma tentativa de estupro no Parque Olhos d’Água, na Asa Norte. De acordo com a entidade, o atual número de vigilantes contratados para a proteção dos parques não é suficiente para garantir a segurança de visitantes e dos próprios profissionais.
O sindicato ressalta que os vigilantes agredidos não teriam recebido o suporte devido após o episódio e que teriam, inclusive, solicitado a troca de postos, mas o pedido foi ignorado.
Outro lado
O Instituto Brasília Ambiental (Ibram), responsável pela gestão dos parques, argumentou que os vigilantes lotados nas Unidades de Conservação são contratados para realizarem a segurança patrimonial do local. Quanto à segurança dos visitantes, a autarquia destaca que conta com o apoio dos órgãos da Segurança Pública do DF que têm essa competência.
“Vale ressaltar que as solicitações sobre as trocas de postos ocorrem entre os funcionários e a própria empresa, motivo pelo qual o Brasília Ambiental não tinha ciência da dificuldade citada”, explicou o instituto.
Segundo o Ibram, a Secretaria de Economia presta suporte por meio da contratação de serviços de vigilância patrimonial previstos no contrato corporativo de vigilância. Atualmente, o Parque Olhos d’Água, por exemplo, conta com dois postos diurnos de vigilância desarmada e dois postos noturnos de vigilância armada.
Por fim, o Ibram afirmou que está em análise, no âmbito da Economia do DF, a solicitação de acréscimo de postos de vigilância com ronda motorizada, tanto no período diurno quanto noturno. A viabilidade de implantação será avaliada após a realização de fiscalização técnica e está condicionada à disponibilidade de saldo contratual.
O Metrópoles tentou contato com a empresa terceirizada responsável pelo Parque de Santa Maria, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto.
O caso foi registrado na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), que investiga o caso.