Vigilância Sanitária manda fechar funerária denunciada pelo Metrópoles
Equipe de fiscais inspecionou a empresa na manhã desta sexta-feira (26/10) e encontrou irregularidades
atualizado
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A Vigilância Sanitária determinou, nesta sexta-feira (27), o fechamento da Funerária Tanatos, situada no Setor P Sul em Ceilândia. A empresa continuava em funcionamento mesmo sem a presença de um médico-legista, profissional indispensável para esse tipo de estabelecimento.
Quem assinava os atestados do local era Agamenon Martins Borges, 61, preso nessa quinta-feira (26), durante a Operação Caronte, deflagrada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Como o Metrópoles denunciou, a funerária é suspeita de ter um exército de papa-defuntos espalhado pelo Distrito Federal.
Nesta sexta, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) mandou soltar Agamenon. Em audiência de custódia, a juíza Vivian Lins Cardoso Almeida estabeleceu liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 937.
A proprietária da Tanatos, Maria Ivanilda Lima, conhecida como Eva, voltou a negar envolvimento com a máfia das funerárias e garantiu estar legal perante a todos os órgãos reguladores desse mercado. “Não temos qualquer tipo de irregularidade, pois temos toda a documentação. O que eu respondo na delegacia é o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta)”, ressaltou. O documento trata da suposta compra da permissão de funcionamento do local. “Fui convidada a prestar esclarecimentos ao delegado e levei todas as provas de que somos uma empresa correta”, acrescentou.
Operação Caronte
A Tanatos não estava entre os alvos da Operação Caronte, por isso, permanecia em funcionamento apesar das apurações da 23ª DP. Ligadas ao médico-legista Agamenon Martins Borges, preso na Caronte e acusado de ser o líder do bando, a Tanatos, a Pioneira e a Universal – essas duas últimas objetos da Caronte – contavam com um esquema organizado no mercado da morte.
Fontes policiais ouvidas pela reportagem contaram que Agamenon deixava centenas de atestados de óbito assinados. Ao chegarem aos locais dos falecimentos, os papa-defuntos apenas preenchiam o documento com o nome da vítima e, sem qualquer exame, atestavam a causa da morte.
O bando encabeçado por Agamenon pode, ainda, ser responsável pela subnotificação de vários homicídios no DF. Há relatos de que pessoas assassinadas a tiros ou facadas recebiam o diagnóstico de morte natural.
(Aguarde mais informações)