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Vigilância Sanitária fecha, no DF, mercado que vendia comida podre

Os donos do empreendimento foram presos suspeitos de integrar uma organização criminosa que atuava no roubo e revenda de cargas

atualizado

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alvorada
1 de 1 alvorada - Foto: PCDF/Divulgação

O supermercado Alvorada de Santa Maria foi interditado pela Vigilância Sanitária. No momento em que cumpriam mandados de busca e apreensão, os policias identificaram diversas irregularidades que comprometem a saúde dos clientes. As condições precárias de higiene também resultaram na interdição de outra filial da rede, em Valparaíso de Goiás (GO), na quarta-feira (7/11).

“Chegamos aos locais quando ainda estavam fechados, sem clientes. Nos deparamos com uma extrema precariedade: moscas, baratas e produtos em contato com a rede de esgoto”, disse o delegado Luiz Fernando, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri). Havia ainda mercadorias vencidas, como queijos. Os itens eram sempre colocados em promoção, para que fossem escoados rapidamente.

Os donos do Alvorada foram presos suspeitos de integrar uma organização criminosa que atuava no roubo e na revenda de cargas. De acordo com diligências da Corpatri, os produtos eram desviados das fornecedoras e revendidos nos mercados da rede. O prejuízo ultrapassa R$ 1,5 milhão.

A ação, batizada de Latrinariam (papel higiênico, em latim), também mirou funcionários da rede e motoristas de caminhões fretados.

Carros de luxo
De acordo com outro investigador da Corpatri, o delegado André Oliveira, o dono da rede Alvorada, identificado como Eudes Teixeira, ostentava carros de luxo. Ele está entre os presos. Durante as investigações, os policiais descobriram que o empresário também é proprietário de uma loja de veículos em Santa Maria.

“Ele coloca os carros em nomes de laranjas para se esquivar da ação policial. Essa revendedora não possui mais o cadastro na Receita Federal. Estimamos que aqui tem aproximadamente 100 automóveis”, disse o delegado Oliveira.

Teixeira foi autuado por revenda ilegal de veículos. A multa chega a R$ 500 mil. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, foram apreendidos 15 carros de luxo, uma arma e R$ 30 mil.

Os investigados responderão por organização criminosa (pena de 3 a 8 anos de reclusão); furto mediante fraude (2 a 8 anos); receptação qualificada (3 a 8 anos); adulteração de sinal identificador de veículo automotor (3 a 6 anos); falsidade ideológica (1 a 5 anos); e uso de documento falso (2 a 6 anos). A reportagem ainda não conseguiu contato com nenhum representante do supermercado Alvorada.

Confira imagens da operação:

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Arma apreendida durante a operação
Operação é da Corpatri
Mercadoria era revendida em comércios de Santa Maria e Valparaíso (GO)
Produtos apreendidos em supermercado
Supermercado revendia mercadorias furtadas, segundo a PCDF
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Dinheiro apreendido na operação

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Arma apreendida durante a operação

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Operação é da Corpatri

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Mercadoria era revendida em comércios de Santa Maria e Valparaíso (GO)

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Produtos apreendidos em supermercado

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Supermercado revendia mercadorias furtadas, segundo a PCDF

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Caminhão apreendido pela PCDF

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Gerente de supermercado foi preso

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O gerente do estabelecimento foi preso

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Policiais fizeram buscas em mercado

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Unidade de Valparaíso (GO)

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Quem é quem no esquema desbaratado pela Polícia Civil

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Delegados falam sobre o caso

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Suspeitos presos pela PCDF

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Modo de atuação
Eudes Teixeira da Silva é apontado como o líder do grupo criminoso, segundo as apurações da Corpatri. A mulher dele, Rita de Cássia Medeiros, atuava como sócia e gerente-geral da rede Alvorada. Amancio Santos da Silva e Fabiano Gomes da Silva gerenciavam os estabelecimentos. Outros 10 funcionários também participavam do esquema. Todos são alvos da polícia.

A quadrilha se dividia em duas frentes: a de furto e a de revenda das mercadorias. Clemilton Bento da Silva, que trabalha no Alvorada, ainda segundo a PCDF, aliciava motoristas de caminhão. Eles eram contratados por empresas transportadoras para a realização de fretes e desviavam as cargas para o grupo. Recebiam, muitas vezes, em vale-compras.

Os caminhões recebiam placas clonadas. Após a subtração das cargas, elas eram repassadas ao “núcleo comercial” da organização criminosa, responsável por adquiri-las e revendê-las em comércios do líder do grupo, Eudes Teixeira.

A organização subtraiu ou desviou pelo menos 27 cargas contratadas mediante frete junto às empresas do setor. Segundo os levantamentos realizados, foram seis ocorrências policiais registradas no Distrito Federal e outras 21 no estado de Goiás

Marco Aurélio Vergílio, delegado-chefe da Corpatri

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos para comentar o caso. Até a última atualização deste texto, a Vigilância Sanitária não havia se manifestado.

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