Vídeos. Sirene toca na Papuda, familiares ouvem tiros e entram em desespero
A confusão ocorre três dias depois de uma tentativa de fuga em massa no presídio
atualizado
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O clima voltou a ficar tenso no Complexo Penitenciário da Papuda. Familiares que aguardavam na porta da Penitenciária do Distrito Federal (PDF 1), para entregar mantimentos aos seus respectivos parentes, entraram em pânico quando a sirene tocou, na manhã desta quarta-feira (20/05). Barulhos de tiros também foram ouvidos do lado de fora.
A confusão ocorreu três dias depois de uma tentativa de fuga em massa no presídio, que é o principal foco de coronavírus no Distrito Federal. Os últimos dados apontam que, entre servidores e detentos, há 758 testes positivos para Covid-19 no sistema. Como medida de prevenção, os internos estão sem receber visitas há mais de dois meses.
Ao Metrópoles, o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe), Adval Cardoso de Matos, disse que detentos brigaram durante o banho de sol e, por isso, o efetivo disparou tiros de borracha para o alto.
“Alguns internos se desentenderam e os policiais, conforme os protocolos do presídio, pediram reforços do grupo especializado — o Dpoe. Os envolvidos foram identificados e responderão disciplinar e criminalmente”, explicou Adval Matos.
A sirene só toca em casos extremos na Papuda. É um sinal de pedido de socorro. O acionamento é feito apenas em episódios de brigas fora do controle dos policiais, bem como em rebeliões.
Por meio de nota à imprensa, a Sesipe acrescentou que os tiros disparados, com munição não letal, foram de advertência e para “controlar a situação”. “Os envolvidos sofreram lesões leves, sem a necessidade de atendimento hospitalar, decorrentes do desentendimento entre eles. Eles foram encaminhados à delegacia de polícia. O órgão esclarece que será instaurado procedimento administrativo para verificar as circunstâncias do ocorrido”, diz o texto.
Tentativa de fuga em massa
Presos do Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda, tentaram fuga em massa na madrugada de domingo (17/05). A ação ocorreu por volta de 1h. Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, os internos quebraram todos os cadeados das celas da Ala B.
Os detentos ficaram soltos pelos corredores e tentaram quebrar a parede do Pavilhão de Segurança Máxima (PSM). No local, há vários criminosos ligados a facções – eles são chamados de “faccionados”.
Ainda de acordo com as informações obtidas pela reportagem, quando os policiais do plantão passaram por perto, viram os presos soltos na galeria e acionaram todos os diretores para comparecer ao local.
Os policiais penais também pediram reforço da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE) – a situação foi controlada. “Durante ronda rotineira nas alas na madrugada deste domingo, policiais penais flagraram internos nas galerias do Centro de Detenção Provisória, onde foram capturados pelos policiais penais”, pontuou a Sesipe.
Ainda de acordo com a subsecretaria, “os internos foram reconduzidos para outra cela e os detalhes da tentativa de fuga serão devidamente apurados. Os autores foram identificados e responderão administrativa e criminalmente pelos atos cometidos”.
Coronavírus
O sistema penitenciário do Distrito Federal registrou, nessa terça-feira (19/05), 10 novos casos confirmados do coronavírus. Com isso, o número de infectados subiu para 758. Também foram computadas duas mortes: de um servidor e de um interno.
Do total de contaminados, 555 são detentos e outros 203, policiais penais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), 105 dos servidores infectados já se encontram recuperados.
Quatro policiais penais estão internados, sendo um no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e outros três em hospitais particulares do DF. Os demais apresentam sintomas moderados e foram afastados das atividades.
A SSP-DF ainda frisa que já foram aplicados, pela Secretaria de Saúde, mais de 3,2 mil testes em internos e policiais penais no DF.