Vídeos. Maior arrombador de cofres do DF cursava engenharia à noite
Thiago Braga Martins, 34 anos, foi preso acusado de participar, entre outros crimes, de assalto cinematográfico à cervejaria
atualizado
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O homem apontado como o maior arrombador de cofres do Distrito Federal agia com “extrema violência”, segundo a polícia, e é considerado inteligente. Thiago Braga Martins, 34 anos, foi preso acusado de participar, entre outros crimes, de um assalto cinematográfico a uma fábrica de cervejas no Setor de Armazenamento e Abastecimento Norte (Saan), em 15 de outubro do ano passado, conforme revelou o Metrópoles.
Na ocasião, levou junto com seus comparsas quase R$ 150 mil. De acordo com os investigadores da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF/Copartri), ele sempre usava uma mola de caminhão durante os crimes. E estaria agindo há mais de 10 anos no DF e Entorno, em assaltos a joalherias, bancos e fábricas de cerveja. Teria faturado mais de R$ 400 mil no período. Atualmente, estaria cursando engenharia civil à noite.
No Saan, o assalto foi ousado. Integrantes de uma quadrilha supostamente liderada por Thiago se disfarçaram de policiais civis para entrar na fábrica de cervejas. Eles renderam os seguranças, arrombaram o cofre e fugiram com o dinheiro. Nenhum tiro foi disparado na ação, que durou menos de uma hora e foi filmada por câmeras do circuito interno de segurança.
O roubo ocorreu na madrugada de 15 de outubro de 2018. Cinco homens usando coletes da PCDF, insígnias e protetores balísticos se aproximaram do portão de entrada da fábrica. Eles estavam em um carro adaptado com sirene luminosa. Para completar o disfarce, os criminosos simularam acompanhar um homem preso, que aparentava estar algemado. Thiago é considerado pela polícia o maior ladrão de cofres do DF.
Para que a equipe de segurança liberasse o acesso, os bandidos afirmaram, pelo interfone, que o suspeito preso teria jogado uma arma de fogo por cima do muro da empresa. As imagens mostram o momento em que os portões são abertos e a quadrilha entra na fábrica. Logo em seguida, um vigilante ajuda os criminosos a procurarem a suposta arma que teria caído no pátio. Depois, o funcionário é rendido.
Arrombamento
Com todo o aparato de segurança dominado pelos ladrões, o grupo parte para uma sala onde ficava o cofre da empresa. De forma ágil, os suspeitos conseguem arrombar a porta com a ajuda de chaves de fenda e uma mola de caminhão. “Toda a ação mostra que os assaltantes possuem grande habilidade para arrombar cofres em uma velocidade impressionante”, afirmou o diretor da DRF, delegado Fernando Cocito.
Após recolher o dinheiro, os criminosos deixaram o local rapidamente, sem levantar suspeitas. No decorrer das investigações, os policiais começaram a perseguir os rastros deixados pela quadrilha. A DRF descobriu que, em 15 de novembro de 2018, pouco menos de um mês após o roubo, um dos integrantes do bando havia sido assassinado. Maycon Douglas Viana teria sido morto após desavenças com os comparsas. Ele é o homem que aparece nas imagens simulando ser o preso custodiado pelos falsos policiais.
Com a morte do suspeito, os policiais conseguiram identificar outros dois acusados de participarem do assalto à fábrica de cerveja. As imagens e o trabalho de perícia colocam Thiago Braga Martins e Wellington Crizante na cena do crime. O último é procurado pela PCDF. “Nós já investigávamos esses dois suspeitos por outros roubos com características semelhantes”, ressaltou o delegado.
Roubo a banco
Os policiais identificaram que a dupla começou a atuar em grandes roubos em 2008, quando assaltaram uma construtora sediada na cidade de Caldas Novas (GO). O crime ocorreu em 6 de setembro daquele ano, quando os ladrões arrombaram o cofre e levaram R$ 30 mil da empresa. Durante a ação, a polícia foi acionada e chegou a trocar tiros com os ladrões, que acabaram detidos. Preso em flagrante, Thiago Braga ficou encarcerado até 4 de dezembro, quando fugiu de Centro de Detenção Provisória (CDP).
Thiago também é acusado de participar de um roubo a banco ocorrido no dia 10 de setembro de 2012, em Brazlândia. “Ele e outros comparsas renderam dois moradores de uma casa localizada ao lado da agência bancária. Todas as vítimas permaneceram amarradas e amordaçadas no interior da residência. Em seguida, quebraram paredes do imóvel e conseguiram entrar na agência e levar R$ 205 mil, arrombando o cofre da mesma forma que fariam anos depois na fábrica de cerveja”, lembrou o delegado da DRRF.