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Vídeos. Cemitério do DF abre dezenas de covas em meio à pandemia

Cena foi flagrada em Taguatinga. Concessionária responsável pelo serviço afirma que procedimento não tem relação com o coronavírus

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Covas abertas no Cemitério de Taguatinga
1 de 1 Covas abertas no Cemitério de Taguatinga - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em meio ao crescimento no número de casos confirmados de coronavírus no Distrito Federal, uma cena chama a atenção. Pelos cemitérios da capital, coveiros trabalham diariamente na abertura de jazigos para novos sepultamentos.

Em flagrante feito pela repórter fotográfica Rafaela Felicciano, no Cemitério de Taguatinga era possível observar várias covas já abertas para futuros enterros.

Veja as imagens: 

A Campo da Esperança, empresa que administra os cemitérios da capital, negou qualquer anormalidade. Segundo a concessionária, “a  construção de novos jazigos nos seis cemitérios do Distrito Federal é uma atividade rotineira”.

Ao Metrópoles, a empresa afirmou que a imagem feita pela reportagem mostra área onde estão sendo exumados restos mortais de jazigos sociais, cedidos gratuitamente pelo Governo do Distrito Federal (GDF) a pessoas em vulnerabilidade social.

“O processo não tem nenhuma relação com a pandemia da Covid-19. Ele faz parte de um plano de reaproveitamento do espaço para novos sepultamentos iniciado há, pelo menos, quatro anos, muito antes da descoberta do novo coronavírus”, pontuou a Campo da Esperança por meio de nota.

1,7 mil jazigos

Os restos mortais exumados são postos no ossário do cemitério ou entregues aos familiares dos mortos. De acordo com a empresa, há 1,7 mil jazigos prontos e não utilizados, o que representa uma reserva para cinco meses, mas podendo chegar a seis meses para o serviço funerário.

Além dos jazigos novos, a Campo da Esperança afirma que há gavetas não utilizadas em sepulturas já adquiridas. “São cerca de 90 mil gavetas disponíveis para as famílias que já pagaram pelo espaço. Essa reserva garante estoque para cerca de 8 anos”, informou a concessionária em nota.

Os jazigos podem ter uma, duas ou três gavetas. Em cada uma delas, é possível depositar um caixão e duas urnas com restos mortais já exumados. A exumação é permitida no DF após três anos do sepultamento.

Procurada pelo Metrópoles para comentar a abertura de covas, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) negou que haja uma determinação para construção de novos jazigos. “O que houve foi a possibilidade de ampliar o horário de atendimento e a capacidade de sepultamento, sem afetar a atual estrutura do Campo da Esperança”, disse a pasta.

Até a noite de segunda-feira (06/04), o Distrito Federal computava 10 mortes por coronavírus e 485 casos confirmados da doença.

Sepultamento sem velório

Recentemente, a Campo da Esperança decidiu seguir as recomendações das autoridades e suspendeu velórios para corpos com suspeita do novo coronavírus. Nesses casos, há apenas o sepultamento, com a urna fechada.

Embora não tenham contato direto com o corpo das vítimas, já que os caixões chegam lacrados, a empresa reforçou o uso de equipamentos de proteção para os funcionários que manuseiam os caixões.

“Os sepultadores não têm contato algum com o corpo de vítimas suspeitas ou confirmadas da Covid-19. Mesmo assim, usam máscara, luvas e óculos, além do uniforme, para reforçar a proteção individual”, pontuou.

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