Vídeo. Vigia é espancado por grupo em prédio da Asa Norte
O motivo da confusão seria o desentendimento após a vítima repreender uma mulher que teria urinado embaixo do Bloco I da 410
atualizado
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O vigia do Bloco I da 410 Norte está internado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). A vítima foi espancada por cerca de uma hora na noite de sexta-feira (08/11/2019). O funcionário teria sido agredido após repreender um grupo de jovens. Entre eles, uma mulher, que teria urinado embaixo de edifício.
O zelador Francisco Carlos, 57 anos, disse que o homem tinha sido transferido para o bloco há apenas uma semana. “O conheci há pouco tempo. Não cheguei a ver o que ocorreu, porque estava dormindo. Para mim, o problema são os bares dessa região, onde costuma acontecer muita confusão. Acho que esses caras vieram dos bares”, destacou.
A agressão começou no Bloco I e se encerrou no “O”, cujo sistema de segurança gravou o momento em que o funcionário era espancado. Uma moradora da região, que não quis se identificar, afirmou que a quadra é perigosa. Ela afirma que vai se mudar do local por conta da sensação de insegurança.
“Moro aqui há um ano e três meses e posso dizer que de madrugada é terrível, principalmente depois que os bares fecham. São muitos estudantes que saem e fazem bagunça. Vou me mudar daqui por causa de toda essa insegurança. Aqui tem muito tráfico de drogas. As brigas são de pancadaria, para matar. Há 15 dias, teve até tiro por aqui”, afirmou a mulher.
A comerciante Vanda Araújo, 40, disse que ficou surpresa com o ocorrido. “É muito raro esse tipo de coisa acontecer aqui. Acho que os responsáveis por esse espancamento são um grupo de fora daqui. As pessoas que frequentam esta região são educadas, na maioria estudantes que vêm beber nos bares. Mas só fico aqui até as 23h. Depois desse período não sei dizer o que acontece, mas já ouvi falar de confusões pela madrugada”, assinalou.
O caso ocorreu quatro dias antes de o ex-deputado federal Laerte Bessa agredir o porteiro do prédio onde ele mora, em Águas Claras. A confusão, revelada pela Coluna Grande Angular, foi registrada em vídeos.
Delegado aposentado e ex-diretor-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), Bessa se irritou por que o porteiro não permitiu a entrada de um motoboy com delivery no condomínio.
“Não faça o que eu faço. Faça o que eu digo”
Depois de protagonizar cenas de agressão com o porteiro de um condomínio em Águas Claras, o ex-deputado federal Laerte Bessa (PL) afirmou que não anda armado por reconhecer a natureza agressiva. “Eu estouro, não tem jeito. Depois de velho, não dá para mudar. Sou assim desde menino”, disse. “Eu educo minhas filhas e meu neto sob o princípio: não faça o que eu faço. Faça o que eu digo”.
“Eu não uso arma. Se saísse com ela na rua, esse trânsito do jeito que é, eu iria dar tiro toda hora. Mas eu me controlo. Este ano, eu não tinha dado nenhuma briga”, contou o ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na gestão Roriz.
Sobre as agressões, Bessa reafirmou ter exagerado. “Errei e reconheço. Eu vou, no momento certo, pedir desculpas tanto para ele [porteiro] quanto para o síndico. Mas eles têm que reconhecer que estão errados também, porque me provocaram antes para eu chegar nessa situação.”
A confusão chegou ao responsável do condomínio, que também sofreu agressões. O subsíndico, que é policial militar, foi uma das testemunhas do fato.
Regra das 23h
O ex-parlamentar critica a regra de um entregador não poder entregar comida nos apartamentos depois das 23h. “Se o cara quiser fazer um assalto, ele faz a hora que quiser”, opinou Bessa. Ele conta que chegou de Goiânia com fome e tarde da noite, por isso fez o pedido. “Fui recepcionado pelo porteiro, muito mal-educado. Ele me ligou e falou desaforo, me desrespeitou. Desci com o estopim à flor da pele”, lembra.
“Não conheço esse porteiro. Sei que é problemático. É homossexual e processa todo mundo alegando homofobia. Nem sabia disso”, alegou Bessa. “Ele disse: ‘Você não lê regra, não?’. Eu lá leio regra de condomínio? Não me interesso em participar de reunião de condomínio”, apontou o ex-parlamentar.
Agora, afirmou que participará das reuniões para tentar derrubar normas como a que impede a entrega de comida depois das 23h. “Nunca tive interesse em participar de reunião de condomínio. Apesar de ser político, não tenho amigo aqui dentro. É meu sistema de vida, meu jeito de ser. Cada um cuida da sua vida aqui dentro”, revelou.
Bessa sublinhou que não atiraria no porteiro e nunca teve desentendimentos no condomínio. Entretanto relembrou que o “pavio curto” já rendeu pelo menos cinco processos enquanto era deputado federal.
O porteiro do condomínio precisou ser afastado das funções. O funcionário saiu do Distrito Federal por alguns dias, informou ao Metrópoles um dos responsáveis pela empresa de segurança do prédio. O caso foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul).
As imagens mostram o ex-diretor-geral da PCDF na gestão Roriz nervoso e partindo para cima do trabalhador. Em determinado momento do bate-boca, ele ameaça: “Vou te dar um tiro na cara”.