Vídeo: professora do DF viraliza ao retirar 287 ingressos no cinema para alunos

Uma professora da rede pública de ensino do Distrito Federal viralizou no TikTok após compartilhar um vídeo parando a fila de um cinema da capital para retirar mais de 280 ingressos do filme de animação Super Mario Bros. A gravação, publicada nesse domingo (17/4), passou de 900 mil visualizações em menos de um dia no ar.

Ao Metrópoles, Cinthia Cortes, 31 anos, responsável pela gravação do vídeo, contou que para conseguir selecionar todos os ingressos demorou mais de duas horas na fila do estabelecimento. Porém, o esforço tinha um motivo especial: fechar uma sala para realizar o sonho de 270 crianças em assistir um filme no cinema, muitas delas pela primeira vez.

Assista ao vídeo: 

@cinthiacortes06 Meu Deus que alegria! Fechamos a sala de cinema #vivendoeaprendendo #saladecinema #humornotiktok #fypage #viralvideo ♬ Pisadinha Beethoven – MC Nau

Nas imagens é possível ver Cinthia chegando à bilheteria do cinema com um maço de vouchers que ela recebeu das empresas que viabilizaram o passeio às crianças. “Resolvi trocar os ingressos no sábado, um dia de bastante movimento no local. Ainda bem que a equipe do cinema foi muito solícita e abriu um caixa só para me atender. Mas teve muita gente de cara feia enquanto eu era atendida, por conta da demora”, conta.

A professora dá aulas para o 1º ano do Ensino Fundamental, na Escola Classe 1 da Estrutural. Durante um período em que todo o corpo estudantil estava preocupado com possíveis ameaças de ataques em colégios do DF, ela começou a idealizar uma ação social positiva que envolvesse os alunos do colégio.

“Eu queria proporcionar um momento feliz para essas crianças. Esse projeto só foi possível através de uma parceria com a LedMe e o Perdidos no Multiverso, que abraçaram meu sonho e tornaram possível que a gente leve esses pequenos para assistir ao filme nas telonas. Sem eles, não seria possível custear mais de R$ 8 mil em ingressos”, relata Cinthia.

Nesta terça-feira (18/4), todos os alunos do 1º ano da Escola Classe 1 da Estrutural, entre 7 e 8 anos, que tiveram autorização dos responsáveis, vão poder conhecer o universo do personagem de animação Super Mario no cinema.

“Quando contamos da oportunidade, nenhuma das crianças acreditou, pois muitos pensaram que teriam que pagar. Mas, depois que explicamos que seria de graça, muitos choraram de emoção. São alunos que talvez nunca tivessem oportunidade de conhecer o cinema de outra forma”, conta a professora.

Para garantir a segurança de todos os alunos, a direção da escola vai contar com o apoio da Polícia Militar do DF e de um ônibus escolar que levará as crianças ao cinema, além dos professores que acompanharão de perto os pequenos.

“Os policiais farão a escolta do transporte até chegar no shopping. Mas a gente espera que ocorra tudo bem. Quero que seja um dia incrível e marcante na vida deles. O cinema também está ajudando com a logística de organização da ação social”, ressalta.

A professora conta que ficou surpresa com o engajamento dos internautas no vídeo publicado no TikTok. Até a tarde desta segunda-feira (17/4), mais de 930 mil pessoas haviam visualizado a gravação.

“A ideia de gravar era para divulgar as empresas que me ajudaram a realizar essa ação. Não imaginei que teria uma repercussão tão positiva. Muitas pessoas apareceram através do vídeo querendo ajudar de alguma forma. Fiquei muito feliz”, comenta Cinthia.

Empresas parceiras

Uma das administradoras da página Perdidos no Multiverso, Suyanne Maia, 33 anos, conta que a vontade de ajudar na mobilização da ação social veio de uma conversa com a professora Cinthia Cortes.

“Fomos um dia ao cinema para assistir a pré-estreia de um filme, e ela me disse que tinha o sonho de levar os alunos dela lá também. Foi aí que tive a ideia de conversar com um amigo meu, dono de uma empresa de mídia digital que tem parceria com um cinema aqui de Brasília, e poderia doar os ingressos. Assim começamos a nos mobilizar”, detalha Suyanne.

Na época, antes mesmo de saber da ação social, o empresário Nicolas Kontoyanis, 35 anos, um dos donos da empresa LedMe, já pensava em como poderia replicar os ingressos que haviam recebido de uma cadeia de cinema.

“Quando Suyanne conversou comigo sobre o projeto, foi uma coincidência do destino. A gente acredita que o acesso à cultura pode ser uma virada de chave na vida dessas crianças, de modo a incentivar a ambição de crescer. Espero que seja uma ação muito positiva, a expectativa é grande. Se for um sucesso, queremos levar também crianças de outras escolas do DF, de modo a expandir o acesso”, celebra Nicolas.