Vídeo: playboy golpista do DF faz orgia em hotel de luxo no Rio
Imagens feitas por Marlon Gonzalez, denunciado por fraude pelo MPDFT, mostram festa privativa com garotas nuas na capital fluminense
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) ofereceu duas denúncias contra o estelionatário Marlon Gonzalez Motta (foto em destaque), 24 anos, conhecido como o playboy das bitcoins. Uma delas, que tramita na 3ª Vara Criminal de Taguatinga, foi acolhida pela Justiça e transformou o suposto megainvestidor do mercado financeiro em réu.
Enquanto os processos correm, o golpista esbanja dinheiro e participa de festas regadas a álcool na companhia de mulheres nuas, sempre em suítes de hotéis luxuosos no litoral brasileiro.
Nesta semana, fotos e vídeos protagonizados por Marlon e duas mulheres circularam por grupos de WhatsApp e provocaram indignação em um grupo de vítimas que ainda luta para reaver o alto investimento feito nas transações fraudulentas de bitcoins.
O estelionatário usou a lábia para convencer operadores financeiros a pagarem fortunas em transações envolvendo moedas virtuais. As vítimas que o golpista fez no DF sofreram desfalques entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Pelo menos nove pessoas acionaram o falsário na Justiça na capital da República, inclusive advogados que representam o grupo chinês que amargou um prejuízo avaliado em R$ 600 mil em uma transação fraudulenta.
Nas fotos e vídeos que ganharam as redes sociais, Marlon aparece em uma luxuosa suíte na companhia de duas mulheres. A loira e a morena brincam ao redor de uma banheira com o mar de São Conrado – na Zona Sul carioca –, ao fundo. Uma delas planta bananeira entre as esquadrias da vidraça, enquanto o golpista filma e ri.
Veja o vídeo:
Dinheiro na web
O Metrópoles identificou o hotel onde as imagens foram feitas. O prédio fica na Avenida Niemeyer, no bairro de São Conrado, uma das regiões mais sofisticadas do Rio de Janeiro. A reportagem confirmou que Marlon passou uma curta temporada hospedado no hotel, no início deste mês.
Poucos dias antes, alguns vídeos viralizaram mostrando supostas transações envolvendo bitcoins. Em uma delas, pilhas de dinheiro eram mostradas com data e valor.
De acordo com as imagens, o dinheiro exposto nos vídeos seriam “remessas” enviadas a investidores que teriam obtido lucro com as transações. Um dos montantes, de R$ 26 mil, faturados em 10 de março, e outro mais vultoso, de R$ 234 mil, registrados em 26 de março, foram filmados por Marlon e seu grupo.
Quatro inquéritos instaurados pela Polícia Civil (PCDF) que apuram os golpes de Marlon foram finalizados e relatados. Um deles se transformou em ação penal.
Várias vítimas do estelionatário que caíram na armadilha do falso investidor passaram a monitorar os passos dele e descobriram vítimas em São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Todos esperavam comprar grandes quantidades de bitcoins, mas amargaram prejuízos que chegariam a R$ 880 mil.
Golpe de R$ 600 mil
Marlon teria usado o mesmo modus operandi para lesar investidores chineses e brasileiros, que perderam R$ 600 mil em uma transação feita em Hong Kong. O jovem simulava a transferência das moedas digitais após a fortuna entrar em contas de laranjas.
Ele entrou no radar da Polícia Civil quando um falso advogado começou a ser investigado por usar a identidade funcional de outra pessoa. Entre os documentos apreendidos com o suspeito, os policiais encontraram papéis com o timbre da empresa M3 Private, de propriedade de Marlon.
A partir daí, a PCDF descobriu um esquema montado para cooptar as vítimas. A fim de tentar passar uma impressão de investidor bem-sucedido, o falsário usa as redes sociais para simular uma vida de sucesso, com carros esportivos de luxo e viagens em locais paradisíacos.
Contudo, depois de aplicar cada golpe, ele desativa os perfis e viaja para países na Europa, Caribe e Ásia.
O primeiro golpe que Marlon aplicou e que a polícia começou a apurar ocorreu em abril e teve como alvo uma operadora chinesa que trabalha com a compra e venda de moedas digitais. Baseada em Hong Kong, a DSUNDC Limited amargou um prejuízo de R$ 600 mil.
Um dos sócios da empresa é o investidor Alexandre Dantas, brasileiro radicado há anos nos Estados Unidos. Dantas conheceu Marlon por meio de um amigo em comum que mora no DF. Ambos demonstraram interesse em fazer negócios nos quais Marlon prometia vender uma grande quantidade de bitcoins.
O golpista armou um esquema com comparsas e abriu contas bancárias de fachada em nome de empresas chinesas e conseguiu concluir uma transação na qual Dantas e seus sócios transferiram US$ 150 mil para uma das contas.
Em seguida, o dinheiro percorreu caminhos desconhecidos e Marlon não atendeu mais as ligações. Para simular legalidade na transação, o estelionatário chegou a enviar um representante para Hong Kong com a missão de concluir pessoalmente a operação.
Logo após os chineses transferirem o dinheiro, Marlon avisou por WhatsApp que o valor não havia entrado na conta e jamais repassou as moedas digitas. O representante do golpista chegou a ser preso no país asiático e foi liberado após a polícia local descobrir que ele também havia sido enganado e não fazia ideia de que Marlon planejara aplicar o golpe.
Sempre após enganar as vítimas, o falso investidor desativa as redes sociais e viaja para países na Europa, Caribe ou Ásia onde passa temporadas torrando os valores fruto das fraudes.
O outro lado
O Metrópoles procurou Marlon Gonzalez para comentar o ocorrido, mas não conseguiu localizá-lo. Também entrou em contato com a advogada que representa o estelionatário em pelo menos uma ação por telefone e ela solicitou que a demanda fosse feita por e-mail.
A reportagem acionou a defensora Mauren Porto Alegre, conforme o pedido, mas não respondeu ao e-mail enviado.