Vídeo: pirarucu de 1,3 metro é flagrado no Lago Paranoá
Gravação ganhou as redes sociais nesta quarta-feira (7/4). Especialistas estimam que peixe tenha até 40 kg
atualizado
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Um vídeo de um grande peixe circulando pelas águas do Lago Paranoá ganhou as redes sociais e tem feito sucesso entre moradores do Distrito Federal. Apesar das dúvidas de que poderia ser uma montagem, o Metrópoles apurou o peixão é um pirarucu e foi flagrado por pescadores nessa terça-feira (6/4).
Conforme explica o pesquisador Eduardo Sousa, na área de recursos aquáticos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o peixe é comumente encontrado na Amazônia ou no Araguaia, mas nada impede que alguém solte o animal ainda pequeno em reservatórios de outras regiões do país, como o brasiliense Lago Paranoá.
“É comum vermos pessoas colocando em chafarizes, lagos artificiais… Esse, especificamente, deve ter conseguido se adaptar [ao lago] comendo frutos e pequenos peixes, e cresceu”, explica Eduardo Sousa.
Veja:
Gigante dócil
O especialista assegura que não há com o que se preocupar ao se deparar com o enorme peixe. Dóceis, eles costumam comer na mão de quem oferece alimento. Nas imagens registradas em Brasília, o animal parece brincar com um cachorro, que acompanha os movimentos do peixe do alto de um píer às margens do Paranoá.
“Só pode ter algum problema caso tente tirá-lo da água. Por ele ter uma escama óssea, pode machucar a pessoa quando começa a se debater. Já vi casos de quem foi acertado na cabeça e desmaiou”, comenta o especialista.
A também pesquisadora da Embrapa, Adriana Ferreira, estima que o pirarucu do vídeo deva ter 40 quilos e, pelo menos, 1,3 metro de comprimento. “Ele ainda é jovem, deve ter entre 3 e 4 anos”, comenta.
Estudiosa dos hábitos desta espécie de peixe, ela diz que os pirarucus costumam nadar em cardumes e, ter um sozinho, indica que não deve haver outros da espécie pela região onde o flagrante foi feito. “Ele parece já bem acostumado ao ambiente, pois não se assustou com a pessoa filmando nem com o cachorro. Deve estar ali há mais tempo já”, destaca.
A continuidade do pirarucu no lago, no entanto, não é garantida. Adriana explica que esses peixes têm uma reprodução muito específica e, fora do habitat, é ainda mais complicado. “Eles escolhem uma parceira, tem todo um ritual do macho nadando ao redor da fêmea, eles precisam escolher um local… Mesmo que esse peixe do vídeo encontre alguém, não é garantia de ter o cruzamento”, conclui a expert.