Vídeo. PCDF procura agressores de professor de inglês

A Polícia Civil continua no encalço de dois homens que fariam parte de um grupo de skinheads  e são acusados de espancar o grafiteiro e professor de inglês Jhamau Sant’Anna, 23. O rapaz foi atacado na noite de 16 de agosto, quando passava pela QNN 17, em Ceilândia Norte. A vítima chegou a ser internada em estado grave no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas se recuperou da agressão.

O caso começou a ser investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) desde então.

Os investigadores tiveram acesso a imagens registradas por câmeras de segurança que flagraram o momento em que a vítima leva socos e chutes. Em seguida, os suspeitos fogem correndo. A Decrin divulgou o vídeo para que testemunhas que tenham presenciado o crime ajudem a identificar os suspeitos.

“A violência foi cometida em horário de intensa movimentação de pessoas no local, às 18h10, com a luz do dia. Então, acreditamos que existam testemunhas que podem ajudar na identificação dos autores”, explicou a delegada-chefe da Decrin, Angela Maria Santos.

As câmeras que registraram a agressão ficam nas proximidades do Fort Atacadista, entre a Avenida Hélio Prates e a QNN 17. Quando a vítima foi espancada, muitos veículos passavam pelo local. No entanto, a PCDF não recebeu denúncias sobre o caso. “Garantimos o anonimato do denunciante, que pode entrar em contato por meio do Disque-Denúncia da polícia, por meio do telefone 197”, disse a delegada.

O caso

Em contato com o pai do grafiteiro e professor de inglês, a PCDF foi informada de que o rapaz estaria internado em uma unidade particular do Plano Piloto. Aos policiais, o homem disse que o filho foi agredido com pedaços de madeira, e os suspeitos só cessaram as agressões quando uma desconhecida intercedeu por ele.

Jhamau Sant’Anna participaria do evento Antifascismo pela Liberdade Consciente, que ocorreria ao lado da estação de metrô de Ceilândia Norte em 18 de agosto. Devido ao caso, o movimento foi adiado, conforme divulgação do Graffiti Brasília. “Diante de mais uma agressão cometida por esse grupo, optamos por adiar e reagendar o evento e prestar assistência para o companheiro”, diz trecho da publicação.

“Ele não se recorda de nada, não lembra do rosto dos agressores. Mas conta que não teve nenhuma conversa com eles antes do espancamento. Apenas chegaram e começaram a bater nele”, disse a delegada-adjunta Cyntia Cristina de Carvalho e Silva. A polícia diz que a possibilidade de os suspeitos fazerem parte de grupo de skeanheads também pode ter afastado testemunhas. “Mas precisamos que elas apareçam para acharmos essa dupla”, acrescentou.