Vídeo mostra últimos minutos de Natália com vida no Lago Paranoá
Investigações descartam a tese de homicídio. Advogada da família da jovem acredita que corpo foi arrastado do lago
atualizado
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Vídeo ao qual o Metrópoles teve acesso mostra os últimos minutos de Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, com vida. As imagens foram captadas pelas câmeras de segurança do Clube Almirante Alexandrino. As gravações, que constam no laudo pericial da filmagem, mostram a movimentação da jovem e um rapaz de 19 anos e o momento em que a vítima se afoga.
Natália foi encontrada morta no espelho-d’água no dia 1º de abril. A família da vítima acredita que houve um crime e que o universitário tem participação em um suposto homicídio. As investigações policiais, no entanto, caminham para afogamento e descartam a tese de assassinato.
A gravação analisada pelos peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostra Natália descendo um barranco correndo, às 18h16 do dia 31 de março. O jovem de 19 anos a segue. Às 18h17, os dois entram no lago. Ficam um de frente para o outro. Em seguida, eles caem em um declive com cerca de 3 m de profundidade. O rapaz submerge primeiro. Três segundos depois, Natália afunda e não volta mais.
Os registros apontam ainda que às 18h18 o jovem sai do lago, fica olhando como se estivesse procurando a estudante. Por volta das 18h20, senta-se às margens do lago e fica na mesma posição por um minuto. Logo após, às 18h21, ele volta a nadar no lago, próximo ao local onde Natália se afogou. Ele volta às 18h22.
Veja o mesmo vídeo com imagem ampliada:
Às 18h24, o jovem entra novamente no lago à procura de Natália. Um minuto depois, às 18h25, sai da água e senta na grama. Por fim, ele vai embora às 18h26.
Os registros mostram que, após deixar o lago, fica olhando como se estivesse procurando a estudante. Ele vai até o parquinho onde ambos estavam anteriormente. Volta para o espelho-d’água, começa a nadar, não encontra Natália e sai correndo.
Nesta terça-feira (23/04/2019), o Metrópoles também teve acesso a fotos que mostram ambos dentro do lago e Natália se afogando.
As imagens contradizem o primeiro depoimento do suspeito, que disse não ter entrado no lago. Na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), onde o caso foi registrado inicialmente, ele falou que ficou apenas observando a jovem mergulhar.
Depois, mudou a versão. Admitiu que entrou no lago com ela. De acordo com a defesa do rapaz, as inconsistências nos dois depoimentos prestados por ele são porque, no primeiro, na 6ª DP, ele estava sob “muita pressão”.
Advogados discordam
Procurada pela reportagem, a advogada Juliana Zappalá Porcaro Bisol, que defende a família de Natália, acredita que, apesar de as imagens não mostrarem, há indícios de que o jovem arrastou o corpo da vítima com o objetivo de escondê-lo.
“O laudo cadavérico diz, diversas vezes, que o corpo é arrastado. Os peritos também constataram lesões na face dela. Conseguimos um novo vídeo, que mostra o rapaz em uma lanchonete, exibindo a mordida que Natália lhe deu no braço, e simula gestos de socos. Possivelmente, estava relatando o crime aos colegas. A junção desses fatos nos faz acreditar que houve um homicídio. Também queremos entender o motivo de esse vídeo da lanchonete não ser objeto de investigação da polícia, que insiste em dizer que é um mero acidente”, declarou.
Confira o vídeo citado pela advogada:
O defensor público Carlos André Praxedes, que acompanha o caso a pedido da família do rapaz, afirmou que não vai se manifestar até a conclusão das investigações da 5ª Delegacia de Polícia (área central). No entanto, em ocasiões anteriores, ele disse que os laudos produzidos pela PCDF comprovam que o jovem não matou a estudante de letras.
Entorpecentes
Exames toxicológicos mostram que Natália Ribeiro dos Santos Costa consumiu álcool e drogas 24 horas antes de morrer afogada. Segundo o laudo, foi comprovado o uso de ecstasy, cocaína e anfetaminas pela jovem.
Ela tinha 0,7 g/l de álcool no sangue. Os peritos não conseguiram dosar a quantidade de entorpecentes que a universitária consumiu. O documento do Instituto Médico Legal (IML) reforça a hipótese de afogamento e afasta a possibilidade de que tenha ocorrido um homicídio.
Portanto, o caso pode ser relatado sem o indiciamento do jovem de 19 anos morador da Asa Norte investigado pelo crime. Ele não passou por exame toxicológico. Os investigadores, no entanto, afirmam que as provas indicam que o suspeito estava embriagado no dia em que Natália se afogou.