Vídeo mostra cenas de terrorismo em posto de gasolina de Brasília
Bolsonaristas depredaram o local e chegaram a furtar 40 botijões de gás do estabelecimento que fica a cerca de 400 metros da sede da PF
atualizado
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Imagens de câmeras de segurança flagraram um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) invadindo e depredando um posto de gasolina, na Asa Norte, cerca de 400 metros da sede da Polícia Federal (PF), palco de uma série de atos de vandalismo registrados na noite de segunda-feira (12/12).
O Metrópoles apurou que, momentos antes do atentado, o grupo de radicais comprou 8 galões de gasolina no estabelecimento. A substância foi utilizada para inflamar, ao menos, 25 carros e 5 ônibus ao longo da noite. Os bolsonaristas também chegaram a furtar 40 botijões de gás, mas, segundo o boletim de ocorrência registrado na 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), apenas cinco foram levados pelos manifestantes e o restante recuperado pelos funcionários do estabelecimento.
Segundo relato do gerente do posto, a maioria dos botijões de gás estava vazio. Durante a onda de violência, os objetos chegaram a ser espalhados na via W3 Norte, como uma espécie de barricada.
Veja vídeo da depredação ao posto:
Pelas imagens, é possível um grupo de cerca de seis manifestantes depredando o posto e abrindo a gaiola que alocava os botijões. Um deles acerta uma das bombas com uma pedra e outro arranca uma das mangueiras. Em seguida, dois armários com produtos são tombados no pátio.
Segundo o gerente, os vândalos também danificaram os expositores de óleo, tentaram quebrar as portas de vidro da loja de conveniência, danificaram uma câmera de segurança, bem como as placas demonstrativas dos preços dos combustíveis, além de atearem fogo dentro do terreno do posto.
Na mesma noite, a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) também foi alvo de ataques. Os vândalos quebraram a vidraça da entrada da delegacia e depredaram viatura e um ônibus foi queimado em frente ao prédio.
Atos de vandalismo
Na tarde de terça-feira (13/12), a Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) oficiou o Comando-Geral da Polícia Militar do DF (PMDF) para prestar mais informações sobre a atuação da corporação no enfrentamento aos atos de violência e vandalismo que ocorreram nessa segunda-feira (12/12) após tentativa de invasão à sede da Polícia Federal (PF) por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A promotoria pede o detalhamento sobre o efetivo designado para atender os locais em que ocorreram os atos, assim como as medidas utilizadas para o enfrentamento da situação, dados da operação, relatório de ocorrências e outras informações. O prazo de resposta é de cinco dias.
Os atos de violência tiveram início após a prisão do cacique bolsonarista José Acácio Tserere Xavante, quando os manifestantes pró-Bolsonaro criaram um verdadeiro cenário de guerra no centro da capital federal, com carros e ônibus incendiados, explosões, tiros, bombas e um rastro de destruição por onde passaram. Até o momento, ninguém foi preso.
Pedras foram lançadas contra a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), o posto de gasolina onde um carro foi incendiado, no Setor Hoteleiro Norte (SHN), teve parte da estrutura do teto danificada e uma loja de móveis na W3 Norte teve a fachada de vidro destruída. Além disso, o Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF) contabilizou oito veículos danificados, cinco deles eram ônibus — dos quais quatro ficaram totalmente queimados.