Vídeo: líder de bando que encomendava carros roubados no DF é preso
O líder da quadrilha, Guilherme Fernando Pereira, 40 anos, estava preparado para fugir quando foi localizado pelos policiais da Corpatri
atualizado
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Equipes da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos e Veículos (DRFV) prenderam o último foragido da operação Marco Zero, desencadeada nesta quinta-feira (12/8) e que desarticulou uma organização criminosa especializada em roubo e furto de veículos. O líder do bando, Guilherme Fernando Pereira Silva, 40 anos, estava preparado para fugir quando foi localizado pelos policiais.
As investigações conduzidas pela Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) apontaram que Guilherme, mais conhecido como “Gordão”, comandava o bando responsável por “encomendar” carros que seriam roubados e furtados no DF. Quando os policiais chegaram ao local onde o criminoso foi detido, em uma rua no Gama, ele estava dentro do carro se preparando para fugir.
O criminoso estava com malas prontas para deixar o DF e escapar da prisão preventiva. Ele mantinha uma rotina de crimes mesmo em prisão domiciliar. “Nossa missão era prender esse líder responsável por controlar toda a estrutura da organização criminosa. Tivemos perseverança e conseguimos localizá-lo antes que fugisse”, disse o coordenador da Corpatri, delegado André Leite.
A operação
Em troca de mensagens de áudios, os ladrões e seus “clientes” trocavam informações sobre os carros que seriam roubados. Equipes da Corpatri cumpriram 14 mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão, nas regiões administrativas do Recanto das Emas, Riacho Fundo e Santa Maria. As investigações apontam que os ladrões roubaram pelo menos 15 carros nos últimos seis meses.
Baseada no Recanto das Emas, a organização criminosa aprimorou técnicas para roubar e adulterar sinais identificadores de veículos.
Em uma das conversas o ladrão pergunta: “E aí, meu mano? Quais carros você prefere? Vou falar pros bichos lá buscarem um. Qual que é melhor aí? Fala as opções”. A resposta do comparsa é imediata: “Meu velho, Pólo 200 cavalos, Virtus. Carro com motor potente”, afirmou.
Criminosos trocam áudios sobre carros a serem roubados:
Grupo estruturado
As investigações mostraram que o grupo criminoso investigado era estruturado em três núcleos. O primeiro deles, formado pelos líderes, tinha a função de planejar e organizar as empreitadas criminosas, escolhendo os veículos, os participantes do crime e definindo a destinação dos carros roubados.
O segundo núcleo, composto pelos executores, teria a missão dentro do arranjo criminoso de efetivamente praticarem os roubos. O terceiro e último núcleo seria engendrado pelos adulteradores dos sinais identificadores dos veículos, os quais, dentro do esquema, eram responsáveis por viabilizar a circulação e comercialização dos veículos obtidos de maneira ilícita.
Segundo a DRFV, a atuação da organização criminosa era marcada pela ousadia de seus integrantes, que, buscando garantir o proveito do crime, instalavam rastreadores nos veículos roubados, de forma que, caso algum deles fosse recuperado pelo proprietário, novamente eram objeto de subtração.
Rastreadores
Em um dos casos, um Toyota Corolla teve rastreador instalado pelos ladrões e, após a Polícia Militar recuperar o carro, os criminosos tentaram, novamente, furtar o carro. “Eles subtraíram o veículo e fizeram uma chave reserva. PM localizou o carro em via pública.
Depois, os ladrões tentaram furtar o carro novamente pois estava com rastreador, mas a vítima já havia trocado o miolo da fechadura”, explicou o diretor da Corpatri, delegado André Leite.
O delegado explicou que a maior parte dos integrantes da organização criminosa é detentora de extensa ficha criminal, o que revela personalidade por parte de seus membros direcionada ao crime. “Os suspeitos responderão, na medida de suas respectivas condutas, pelos crimes de organização criminosa, com penas de 3 a 8 anos de reclusão, assim como pelos crimes de roubo, com penas de 4 a 10 anos de reclusão, com aumento de pena pelo emprego de arma de fogo e concurso de agentes”, explicou o diretor da Corpatri.