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Vídeo: jornalista que chamou colega negra de “carvão” confessa injúria

Em audiência, a ex-apresentadora da Record Lívia Braz confessou ter chamado uma colega de trabalho negra de “carvão” e de “Patolina”. Veja

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Reprodução/Vídeo
Jornalista acusada de chamar colega negra de "carvão" durante audiência ao lado de seu advogado. Ambos aparecem sentados em mesa, olhando para frente - Metrópoles
1 de 1 Jornalista acusada de chamar colega negra de "carvão" durante audiência ao lado de seu advogado. Ambos aparecem sentados em mesa, olhando para frente - Metrópoles - Foto: Reprodução/Vídeo

A jornalista Lívia Braz, que integrava a bancada do DF Record, jornal diário da emissora no Distrito Federal, confessou, em audiência na última quarta-feira (9/11), ter cometido injúria racial contra uma colega de trabalho entre os anos de 2019 e 2020. Após a denúncia, a apresentadora foi desligada da rede de televisão por justa causa.

Lívia foi indiciada pela Polícia Civil do DF (PCDF) em julho deste ano. De acordo com o inquérito, a ex-apresentadora costumava chamar uma profissional negra da emissora de “Patolina”, comparando-a ao desenho animado da Disney de um pato que tem a cor preta. Ela também chegou a mencionar em grupo de WhatsApp que a colega parecia um “carvão” numa foto.

No último dia 9, foi realizada uma audiência de acordo de não persecução penal (ANPP), em que a apresentadora de TV confessou a injúria racial. Com o acordo fechado, o Ministério Público não denunciará a acusada, mas ela pagará indenização de R$ 30 mil à vítima, além de ter o dever de fazer um curso-antirracismo do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Veja vídeo com a confissão:

Vítima

Ao Metrópoles a vítima disse que a confissão da acusada “foi uma vitória”. “Eu acho que injúria racial é algo muito grave para simplesmente fazermos um acordo, pois as pessoas vão sair ofendendo as outras sabendo que não tem uma punição maior”, comenta a mulher, que terá a identidade preservada.

“Mas, conseguimos uma indenização e ela admitiu o crime, o que para mim já é uma grande vitória. Dinheiro nenhum paga o que passei, não quero dinheiro, mas quero que ela se conscientize”, completa a jornalista, que hoje trabalha na Record em São Paulo.

Indiciamento

Ao indicar a acusada, a delegada Scheyla Cristina Costa Santos, da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e responsável por conduzir a investigação, reproduziu depoimentos de que Lívia Braz teria comportamento “muito indigno” no ambiente de trabalho.

“Costumava dizer que não gostava de pobre, chegando a dizer que tinha horror a Águas Claras, pois lá só tinha pobre. Em outra oportunidade a declarante testemunhou Lívia maltratando uma estagiária, que chegou a chorar. Diante disso, apesar de Lívia nunca ter se referido diretamente à declarante com esse conteúdo que corria pelo WhatsApp. Diz que Lívia costumava falar também mal de pessoas gordas e das roupas das outras pessoas. Atitudes sempre reprováveis de convívio”, registra trecho do documento.

No documento em que o Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do MPDFT enviou à Decrin pedindo a apuração do caso há print de uma conversa no WhatsApp em que Lívia teria chamado a vítima de “carvão”.

Veja:

 

O outro lado

O Metrópoles entrou em contato com Lívia Braz e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto para eventual manifestação posterior da acusada.

A jornalista trabalha no Governo do Distrito Federal (GDF) atualmente. Procurado, o GDF disse que não irá se manifestar.

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