Vídeo. Homem vende falsas vagas de empregos para vigilantes no DF
O suspeito cobrava um adiantamento, que variava de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil, para que os documentos fossem entregues à empresa. PCDF apura
atualizado
Compartilhar notícia
Em época de pandemia e vagas de emprego escassas, um homem, identificado como Bruno Gomes, passou a oferecer vagas falsas para vigilantes. Sob o pretexto de que tinha ligações com a empresa Ipanema, o suspeito cobrava um adiantamento dos candidatos, que variava de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil, para que os documentos fossem entregues aos supervisores da firma e “facilitar” as contratações.
Ao menos três pessoas caíram no golpe e ainda aguardam a restituição do dinheiro. O caso foi denunciado à Polícia Civil Distrito Federal (PCDF) e à de Goiás (PCGO), estado onde as vítimas residem.
Ao Metrópoles, o supervisor da Ipanema no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Eduardo Brandão, explicou que foi abordado, em 10 de fevereiro deste ano, por três pessoas que pagaram pelas vagas e estavam aguardando a contratação. “Eles disseram que esse Bruno dizia que eu era o canal dentro da empresa. Usou meu nome para tirar dinheiro dessas pessoas. Imediatamente procuramos a polícia e registramos ocorrência”, afirmou.
Encontro gravado
Dias depois, ainda revoltado com a situação, Brandão seguiu com as três vítimas para uma residência em Santa Maria, onde um encontro foi marcado com Bruno. Na ocasião, ele se passou por interessado na vaga e filmou toda a conversa.
No vídeo, sem reconhecer o supervisor, o estelionatário confirma que tem contatos dentro da empresa e pede o pagamento antecipado. Ele menciona as possíveis lotações e garante que o negócio é “garantido”. “Meu papo é reto, precisa do dinheiro e da documentação”, afirma o suspeito.
Durante a conversa, ele chega a dizer que é contra a venda de vagas, mas que “se não pagar, não entra”. O homem também volta a usar o nome de Eduardo Brandão, afirmando que ele era o “canal” dentro da empresa.
Assista:
Ouça o áudio enviado às vítimas:
Ainda de acordo com Bruno, os candidatos precisam fazer o curso de reciclagem para vigilantes, apresentar cópias dos documentos e currículo. Após a oferta de vagas, Eduardo se identificou como supervisor da Ipanema e as demais vítimas cobraram explicações. Bruno alegou que também foi vítima e que não sabia que as vagas eram falsas.
Confira:
Dívidas
As vítimas informaram que pagaram a taxa pois estavam desesperadas com a falta de emprego. Um dos candidatos não tinha condições de comprar suprimentos para a família e precisou pegar dinheiro emprestado com um agiota para fazer o curso de reciclagem e ficar apto para assumir a suposta vaga. Sem emprego, teve a energia de casa cortada.
Outro relata que paga tratamento de saúde para a mulher, que foi diagnosticada com câncer, e viu na proposta de Bruno uma oportunidade para conseguir um emprego e estabilizar as contas de casa. Apesar da promessa de devolução do dinheiro, eles ainda não foram ressarcidos.
“Esse rapaz que aplicou o golpe chegou a trabalhar na mesma empresa que trabalhei. Imaginei que era algo certo. Estava desempregado e precisando muito. Temos família para sustentar. Sei que fizemos errado, mas me senti em um beco sem saída. Desesperado mesmo. Demos um adiantamento acreditando que teríamos a oportunidade de trabalhar. Depois de cinco meses, começamos a desconfiar que era golpe”, contou uma vítima que pediu para não ser identificada.
O Metrópoles não conseguiu contato com Bruno Gomes e com a empresa Ipanema. O espaço segue aberto para manifestações futuras.