Vídeo. Homem é detido no Entorno do DF e ouve: “Grita Lula na África”
Vídeo que circula na internet teria sido gravado no Novo Gama, Entorno do DF. A PCGO não tem registro sobre o caso
atualizado
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Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um jovem negro algemado e levado pela Guarda Civil Municipal (GCM) do Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, e pela Polícia Militar de Goiás (PMGO) por supostamente ter declarado apoio ao candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva. O jovem aparece cercado por dois homens da GCM e por um policial militar goiano.
No vídeo, ouve-se: “Vai gritar Lula lá na África agora”. Não é possível identificar quem fez a afirmação ou a data do caso, mas a imagem viralizou nesta quinta-feira (6/10). O responsável pela gravação ainda comenta: “Foi preso o molequinho. Olha como é aí, o bagulho aqui é doido”.
Assista ao vídeo:
O deputado distrital reeleito Fábio Félix (PSol), também compartilhou o vídeo nas redes sociais na manhã desta quinta-feira. “É estarrecedor o que está acontecendo no Brasil. Segundo vídeo-denúncia que foi enviado para nós, um adolescente teria sido preso por manifestar seu apoio a Lula no Novo Gama”, escreveu.
À reportagem a assessoria de Fábio Félix informou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal pedirá a apuração do caso ao Ministério Público de Goiás (MPGO). Félix é presidente da comissão.
A Delegacia de Polícia do Novo Gama informou que, até o momento, não há registro sobre o caso. Já o porta-voz da PMGO, sargento Gerson, afirmou que a prisão teria ocorrido por suposta boca de urna e que seria necessária uma “análise mais criteriosa do áudio” para determinar o responsável pelas declarações.
“O jovem foi levado para o 19º Batalhão [de Polícia Militar de Goiás], onde, após critério minucioso, houve o entendimento de que, sem material gráfico, não se poderia configurar boca de urna. Ele foi colocado na viatura e entregue na residência dele. Na questão da fala, ela ocorre justamente na hora em que o policial está de costas. Então, não dá para dizer que foi o policial, a guarda ou qualquer outra autoridade”, argumentou o sargento.
A Secretaria Municipal de Segurança Pública do Novo Gama deu a mesma versão ao Metrópoles. Em nota, a pasta informou que “tomou ciência do vídeo” e que, “após análise criteriosa, não foi possível identificar as palavras possivelmente discriminatórias, se foram verbalizadas por alguma autoridade ou por terceiros que acompanharam a ocorrência”.