Vídeo: em Águas Claras, PM e homem brigam por cachorro sem focinheira

Uma discussão entre vizinhos em Águas Claras, na última sexta-feira (28/5), terminou na delegacia. Câmeras de segurança do condomínio flagraram a troca de empurrões que ocorreu por conta de um cachorro sem focinheira.

O bate-boca ocorreu no lobby do edifício. Conforme mostram as imagens, o sargento Marcus Vinicius Rodrigues Barreira, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), desce do elevador e fala com Ulisses Alves da Conceição sobre o cachorro da raça American Bully, que está sem focinheira na área comum do prédio.

Os dois começam a discutir, botam o dedo no rosto um do outro e há até uma troca de empurrões. Após algum tempo de desavenças, o PM sai, mas volta – desta vez, filmando. Outra discussão ocorre e, então, os dois seguem para delegacia. O PM exige que Ulisses também leve o cão à DP e chega a puxar a coleira, na tentativa de arrastar o animal para fora.

Confira as imagens:

Segundo o relato da esposa de Ulisses, a veterinária Bianca de Almeida, o marido estava voltando de um passeio, acompanhado de outros dois vizinhos com cachorros menores, e esqueceu de colocar a focinheira. “Normalmente, a gente coloca da portaria até o apartamento para não ter problemas. É uma norma do condomínio”, explica.

De acordo com Bianca, no entanto, Marcus Vinícius teria reagido de uma forma acima do normal para a situação. “Ele coloca o dedo na cara do meu marido, disse que ia prender. Chegou até a levantar a blusa mostrando a arma”, relata.

Uma das ameaças que o marido de Bianca teria ouvido é que a questão da focinheira poderia ser resolvida “na bala”. “Ele ameaçou o cachorro e disse que só não iria prender meu esposo porque estava indo viajar, mas depois voltou, filmou e tentou arrastar o cão para a delegacia”, diz.

Revoltado com a situação, o casal, além da ocorrência, registrou uma queixa na ouvidoria da PMDF.

A reportagem procurou o sargento do BPMA. Marcus Vinicius confirmou ter pedido para que a focinheira fosse colocada, mas afirma ter sido alvo de xingamentos. “Não fazer isso é uma contravenção penal de omissão de cautela, além de uma infração às regras do condomínio. Eu pedi com educação e ele veio me chamando de machão”, pontua.

Marcus diz que se incomoda com cachorros de médio ou grande porte sem proteção, devido à imprevisibilidade dos animais. “Já houve outras situações em que pedi a mesma coisa, inclusive com reclamação no livro do condomínio. Tenho gato e a gente sabe que um cachorro quando vê um gato vai atrás”, destaca.

O PM diz que chegou a mostrar a arma – não em tom de ameaça , mas apenas para ressaltar que ele poderia prender Ulisses a qualquer momento. “Ele ainda me deu uma cabeçada e um soco no braço. Tem laudo, eu fui ao IML [Instituto de Medicina Legal]. A lesão corporal existe e a omissão de cautela também”, alega.

O que diz a PMDF

Procurada, a PMDF informou que o “fato está sendo apurado internamente pela corporação”.