Vídeo: funcionário agride com socos professor de colégio particular
Confusão foi registrada por câmeras de segurança da sede do sindicato que representa os docentes de instituições privadas, no SIG
atualizado
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Imagens de câmera de segurança flagraram a agressão de um funcionário de colégio particular contra um professor de língua espanhola da unidade de ensino, nesta quinta-feira (7/6). Auxiliar administrativo do Centro de Ensino Logos de Samambaia, Paulo Victor Bezerra atacou a socos Cristiano Alexandre Batista, 36 anos, na sede do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), quando o docente tentava homologar rescisão contratual.
Cristiano relatou ao Metrópoles que o conflito se iniciou porque a escola quis descontar valor equivalente a três dias de trabalho da multa pela rescisão. Segundo o professor, a instituição alegava faltas não compensadas do profissional. Conforme argumentou o docente, ele não lecionou nesses dias por problemas de saúde. Paulo Victor estava representando o colégio na negociação.
Após contestar o desconto feito pela escola, Cristiano teria afirmado ao funcionário do Sinproep responsável pela homologação que faria ressalvas. Naquele momento, Paulo Victor supostamente se irritou. “Ele me chamou de ‘moleque’ e ‘irresponsável’. Falei que isso era ele. Aí fui empurrado e agredido com socos e pontapés”, relatou a vítima.
Veja o momento da agressão:
Ainda de acordo com Cristiano, o funcionário do colégio colocou a vida dele em risco ao chutá-lo próximo à região do rim transplantado. “Vou acionar a Justiça contra o desconto feito pela escola e por causa da agressão física”, finalizou, logo após ter registrado boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).
O sindicato reprovou a atitude e prestou apoio ao professor. Inclusive, disponibilizou o próprio advogado para suporte ao docente. O diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula, afirmou que colegas da rede privada de ensino organizam manifestação em frente ao Centro de Ensino Logos.
Outro lado
Ao Metrópoles, o advogado do centro de ensino, Edemilson Costa, negou a agressão de Paulo Victor contra Cristiano. Ele disse ainda que Paulo Victor não integra o corpo diretivo da empresa e apenas se defendeu. “A instituição quis pagar todos os direitos previstos na legislação, mas o professor não aceitou, teve reação exacerbada e denegriu o centro de ensino e o Paulo”, alegou. “O Paulo, diante dessa situação, tentou se defender. Por isso, apenas empurrou o professor”, acrescentou.
A reportagem questionou o advogado sobre o porquê de o coordenador ter continuado a desferir golpes mesmo após Cristiano cair no chão. “O Paulo tentou fazer com que ele (professor) não se levantasse, porque estava em momento de fúria. Se há um agressor, é o professor. Se há um agredido, é o Paulo, no aspecto moral, físico e emocional”, respondeu.
Em nota, o advogado do Logos afirmou que “temos toda a documentação que comprova, inclusive, que a data da demissão foi posterior ao último atestado entregue”.
“Quanto ao funcionário Paulo Victor, o mesmo foi fortemente insultado pelo professor e os representantes do sindicato nada fizeram. Infelizmente, em um ato impensado não resistiu à agressão verbal e tomou uma atitude que a direção desta instituição repudia”, prosseguiu.
A nova legislação trabalhista diz que rescisões contratuais não exigem homologação nos sindicatos, mas podem ser feitas diretamente com o empregador. Apesar disso, o diretor jurídico do Sinproep afirma que o procedimento é realizado no DF por causa de uma convenção da categoria. Após a confusão, a homologação da rescisão do professor foi suspensa.