Vídeo. Conselho de Enfermagem pede socorro: “Hran é zona de guerra”
O presidente e o vice-presidente do Coren gravaram vídeo nesta sexta (5/3) relatando a internação de pessoas no chão e fila de 70 pacientes
atualizado
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O presidente e o vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren) denunciaram situação de calamidade no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade referência no tratamento da Covid-19 na capital.
Em vídeo gravado no fim da tarde desta sexta-feira (5/3), o presidente da entidade, Elissandro Noronha, relatou haver 70 pacientes na fila para atendimento na unidade de saúde pública, além de ter observado atendimento de pessoas internadas no chão.
Em gravação, ele disse que o pronto-socorro do Hran se transformou em uma “zona de guerra”. “Todos os leitos estão ocupados. Estão atendendo pessoas no chão. Não tem equipamento reserva para as pessoas intubadas. Pedimos socorro”, disse.
Assista ao vídeo:
O Coren também afirma que, no pronto-socorro, área da sala de medicação, tem 30 pontos de oxigênio para 57 pacientes. Ou seja, faltam pontos de oxigênio para atender a demanda.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde confirmou que os pontos de oxigênio são limitados no hospital. “Com relação à situação do Hran, a pasta esclarece que os pontos de O2 são limitados, porém nem o tratamento e nem a oxigenoterapia deixaram de ser ofertados aos pacientes”, disse.
A Secretaria de Saúde ainda ressaltou que, com a nova alta de casos de infecção pelo novo coronavírus no DF, “trabalha no limite da sua capacidade logística para que nenhum paciente fique desassistido nesse momento da pandemia. Os pacientes que são direcionados aos hospitais da rede e necessitam de internação são incluídos no sistema de regulação baseado na prioridade que o seu estado clínico demanda”.
Caos na saúde
Nessa quinta-feira (4/3), servidores dos hospitais regionais de Planaltina (HRPL) e da Asa Norte (Hran) também denunciaram a lotação desses locais. Ao longo do dia, a fila para unidades de terapia intensiva (UTI) chegou a 141 pessoas, 41 delas contaminadas pela doença.
Conforme relatado por uma funcionária do HRPL, o isolamento para pacientes contaminados pelo coronavírus é separado em duas partes: um box respiratório e a enfermaria. Nos dois casos, há mais pacientes do que a unidade comporta.
No caso dos boxes, a área destinada a quatro pacientes já tinha sete, sendo cinco deles intubados. Já a enfermaria estava com o dobro da capacidade: deveriam ser atendidos apenas seis pessoas, mas 13 eram mantidos no local.
Em uma gravação enviada ao Metrópoles, é possível ver os pacientes dentro de consultórios e até mesmo no corredor do hospital.
Confira:
A preocupação do servidor que denuncia a situação é também relacionada ao oxigênio. “Eles estão no corredor acoplados a cilindros de oxigênio. São cilindros que seguram, em média, 18 horas. Não tem ponto fixo”, explica.
Já no Hran, o que preocupa é o pronto-socorro. Segundo trabalhadores do local, os atendimentos aumentaram muito nos últimos dias e pacientes de risco laranja estão sendo deixados nas cadeiras. Caso haja uma piora no quadro clínico, diz a denunciante, “não tem ponto de oxigênio nem leito”.
Outra reclamação é sobre os EPIs. Há poucos capotes sobrando e as máscaras N95 estão rasgando na costura.
Veja:
O que diz a Saúde
Em relação ao Hospital Regional de Planaltina (HRPL), a Saúde diz que “uma nova ala destinada aos pacientes Covid foi aberta na tarde dessa quinta-feira (4/3). Os pacientes estão sendo atendidos dentro das capacidades do hospital”.