Vídeo: autista com cão de serviço é barrado novamente no metrô do DF
Arthur Skyler encontraria amigas para celebrar o aniversário de 23 anos quando foi impedido de entrar na Estação 114 Sul com cão de serviço
atualizado
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Um jovem autista de 23 anos foi barrado novamente em estação de metrô do Distrito Federal ao tentar entrar no terminal com um cão de serviço. Em novembro do ano passado, Arthur Skyler Santana de França havia sido impedido de usar o mesmo transporte público por um agente de segurança da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF). Em nota, a empresa informou que a situação representou um e o erro “pontual” e que reorientou os funcionários quanto às diretrizes para esse tipo de caso.
O caso mais recente ocorreu por volta das 15h50 dessa terça-feira (18/10). Arthur seguiria da 114 Sul para a estação central, na Rodoviária do Plano Piloto, onde encontraria amigas para comemorar o próprio aniversário. Porém, a celebração não saiu como planejado.
“Eu passei pela catraca, e um funcionário da Metrô-DF veio atrás. Na hora que ele me chamou, eu liguei a câmera, pois imaginei o que aconteceria”, detalha Arthur. “Eu sempre passo por ali. Então, fiquei surpreso, porque os agentes me conhecem. Mas esse parecia ser de outra estação, não de lá. Há um despreparo, mesmo”, completa.
Assista ao vídeo gravado pelo jovem:
O cão de serviço ajuda o tutor a desempenhar funções consideradas desafiadoras, como interagir com pessoas em ambientes públicos. No caso de Arthur, o cachorro que o acompanha atualmente, o pastor alemão Senna, é filhote e está em treinamento.
Além de Senna sair com colete, Arthur anda com uma autorização e uma carteirinha de identificação do animal. “Mas o funcionário nem mesmo olhou os documentos. Nem quis olhar”, relata.
Depois de barrado, Arthur enviou o vídeo para amigas, que foram encontrar o jovem na estação. “Ele [o funcionário] me expulsou. Foi tudo muito rápido. Entrei em crise e nem lembro direito o que aconteceu depois. Só sei que elas chegaram para me ajudar”, conta o jovem.
“Elas conversaram com um pessoal [da estação] do metrô, que disse que esse funcionário não era de lá. Sinto que falta trato com a pessoa com deficiência, em geral. É um absurdo”, lamenta o treinador de cães.
Veja fotos de Arthur e Senna:
Após saber do caso, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) informou que enviará ofício à Metrô-DF e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para cobrar providências.
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O que diz a Metrô-DF
Em nota, a Companhia do Metropolitano informou que, desde novembro último, o acesso de pessoas com transtorno do espectro autista acompanhadas de cães de serviço está autorizado nas estações do sistema metroviário.
“Foram realizados estudos das legislações, e [houve] a alteração de um procedimento interno, que ampliou a entrada de pessoas acompanhadas por animais, os chamados cães de assistência”, afirma a Metrô-DF.
“Houve ampla divulgação [das orientações] aos empregados, para o pleno cumprimento da nova diretriz. Em atenção ao incidente envolvendo um usuário acompanhado de um cão de assistência, informamos que o ocorrido se deu por erro de procedimento de um empregado e de forma pontual”.
“Ressaltamos que todas as medidas administrativas serão tomadas em relação ao incidente e que todos os empregados foram reorientados quanto ao teor do procedimento em questão. Lamentamos o ocorrido e reforçamos que não pouparemos esforços para que situações como essa não voltem a ocorrer”, conclui a nota da empresa.
