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“Verdadeiro horror”, diz moradora que testemunhou resgate em cisterna

Acidente de trabalho em cisterna de 7m de profundidade resultou em duas mortes e duas internações em estado grave

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1 de 1 foto-aguas-claras-acidente-operarios - Foto: Nathália Cardim/Metrópoles

O local onde dois operários morreram enquanto trabalhavam em uma cisterna de 7m de profundidade, no Residencial Santorini, na Quadra 208, em Águas Claras, amanheceu, nesta quinta-feira (29/9), isolado e com os vestígios da tragédia. No cenário onde aconteceu o acidente de trabalho, ainda se encontram mangueiras, cordas e escada sujas de lama que os trabalhadores utilizaram durante o serviço que acabou em duas mortes e duas internações em estado grave.

O Metrópoles esteve no endereço nesta manhã e conversou com moradores do prédio e de residenciais vizinhos. Consternados, eles relataram o que presenciaram durante o socorro às vítimas.

“Uma coisa terrível. Ficamos sabendo que um dos porteiros do prédio e um morador precisaram intervir. Uma situação completamente triste. Não sabemos de fato o que aconteceu. A polícia está investigando, e só teremos esclarecimentos após a perícia”, disse um homem que preferiu não se identificar.

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Dois trabalhadores morreram na cisterna do residencial Santorini
Diversas viaturas dos bombeiros e do Samu foram chamadas para a ocorrência
Uma das vítimas foi levada ao Hospital de Base no helicóptero da corporação
Ao todo, cinco pessoas trabalhavam no local no momento do incidente
Quatro homens que estavam dentro da cisterna precisaram ser socorridos
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Caso aconteceu na Quadra 208 de Águas Claras

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Dois trabalhadores morreram na cisterna do residencial Santorini

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Diversas viaturas dos bombeiros e do Samu foram chamadas para a ocorrência

Material cedido ao Metrópoles
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Uma das vítimas foi levada ao Hospital de Base no helicóptero da corporação

Material cedido ao Metrópoles
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Ao todo, cinco pessoas trabalhavam no local no momento do incidente

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Quatro homens que estavam dentro da cisterna precisaram ser socorridos

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A suspeita é que as vítimas inalaram um gás tóxico, liberado por compostos orgânicos

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Local foi isolado para perícia da PCDF

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Os corpos foram levados para o IML

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Amanda, mãe de Wanderson Soares da Silva, uma das vítimas chora ao lado do corpo do filho

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“Eu estava em casa quando olhei pela janela lá de cima e vi diversas viaturas dos bombeiros. Quando eu desci para o térreo do prédio, encontrei as vítimas deitadas na grama, enlameadas. Um verdadeiro horror. Clima tenso”, complementou outra moradora.

“Estamos todos tristes pelas vidas perdidas durante essa tragédia. Todos os moradores do prédio estão muito abalados”, acrescentou.

Também durante toda a manhã, um carro da empresa administradora do condomínio permaneceu estacionado em frente ao Residencial Santorini. O síndico do condomínio não quis dar entrevistas.

O acidente

Os funcionários atuavam para instalar uma nova bomba d’água em um dos poços do prédio. Dentro da cisterna, a água chegava a 1,2m de altura, e o fosso tinha tinha 7m de profundidade.

Os bombeiros informaram que os operários trabalhavam na cisterna com um motor movido à combustão. Além disso, nenhum dispunha de equipamento de proteção individual (EPI).

“Esse motor funciona à queima de combustível e acaba exalando gases que podem intoxicar pessoas. Não se tem, ainda, a informação de que isso seja a causa da inconsciência deles, até eles submergirem na água. Quem dirá isso é a perícia, mas a informação é relevante”, destacou o tenente Marcelo de Abreu, do CBMDF.

A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) investiga o caso como acidente de trabalho.

Empresas envolvidas

O Metrópoles apurou que há três empresas envolvidas no serviço de troca da bomba da cisterna: HL2 Engenharia, Grupo K2 Serviços e Império Garden.

A HL2 Engenharia confirmou, em nota, que o Residencial Santorini a contratou apenas para os serviços de impermeabilização e drenagem da cisterna. “Não consta em nosso contrato de prestação de serviços a execução da limpeza da cisterna e posterior ligação de bombas”, detalhou.

Segundo a empresa, a Império Garden “foi contratada diretamente pela administração do condomínio para serviço de limpeza de cisterna e ligação de bomba, sendo atividade terceirizada, desvinculada da empresa HL2”.

A HL2 também destacou que ajudou a entrar em contato com as equipes de socorro para o resgate das vítimas. “A empresa se solidariza com as famílias dos trabalhadores vitimados, e informa que está prestando assistência à família do funcionário internado”.

A K2 ressaltou que a “empresa realiza somente os serviços de limpeza e de portaria no condomínio. “Ocorre que o nosso porteiro, presenciando a situação, tentou ajudar a equipe e também caiu na cisterna e inalou o gás. Ele está no HRT e tem sintomas leves. Estamos acompanhando o funcionário e dando todo o suporte necessário a ele”, acrescentou.

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