Venda de imóveis na pandemia cai 12% no DF. É a melhor hora para comprar?
Segundo especialistas do mercado imobiliário da capital, cenário é favorável para aquisição da casa própria
atualizado
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Em meio à pandemia de Covid-19, a venda de imóveis na capital da República caiu. Segundo dados oficiais, considerando o comparativo do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), nos últimos cinco meses foram 2 mil casas e apartamentos vendidos a menos entre janeiro e maio de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.
A arrecadação, no entanto, foi maior: passou de R$ 166.186.199,01 em 2019 para R$ 167.957.255,11 neste ano.
Foram emitidas 13.802 guias de ITBI em 2020 contra 15.725 no ano passado, uma queda de 12,2%.
Veja o quadro:
Segundo especialistas ouvido pelo Metrópoles, o mercado imobiliário passava por uma crescente e estava otimista até o início da pandemia.
“O problema apareceu a partir de abril, com o decreto do isolamento social. As pessoas vinham no seu ritmo normal de vida e, como tudo parou, o impacto também foi percebido pelo segmento”, ressaltou o presidente do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF), Ovídio Maia.
Contudo, o setor avalia a variação de 12% como razoável. “Estamos vendo com otimismo. Tivemos um choque brutal com a paralisação total da economia em todos os segmentos e o setor imobiliário não sofreu um impacto tão brutal”, avaliou.
Ainda segundo Ovídio, com as pessoas dentro de casa, os que procuravam por imóveis continuaram buscando as melhores opções. “Os que já tinham interesse , estão tendo tempo de navegar na internet, fazer pesquisa virtual e escolher o que melhor lhe atende. A taxa de juros está baixa. É boa para quem quer comprar. A procura cresceu.”
Outro fenômeno que está ocorrendo, de acordo com o sindicato, é o interesse em migrar para imóveis maiores. “Casais que moram em apartamentos muito pequenos estão percebendo que o imóvel não comporta as necessidades do home-office. Os que têm filhos pequenos também buscam por mais espaço para as crianças. A procura por casas, ao invés de apartamentos, também está muito acentuada”, acrescentou.
Assista ao vídeo do presidente da Secovi-DF:
O Secovi-DF criou uma cartilha com orientações para as empresas e funcionários do setor imobiliário na volta ao trabalho. O protocolo deve ser seguido enquanto durar a pandemia.
Entre as dicas para visitas, estão:
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Imóveis ocupados: somente o corretor e o cliente;
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Imóveis desocupados: o corretor e, no máximo, dois clientes;
- O corretor não deve usar o mesmo elevador que o cliente e lembrando que todos sempre estarão utilizando máscaras para evitar o contágio.
Veja a cartilha na íntegra clicando aqui.
Construtora
Paulo Muniz, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codese-DF), diretor da Conbral Construtora Brasília e conselheiro da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), disse que, atualmente, o mercado vende mais imóveis em construção e lançamentos do que prontos.
“A nossa oferta vem caindo ao longo dos anos. No entanto, em 2019, o número de lançamentos e construção cresceu consideravelmente. Neste caso, como eles não estão prontos, ainda não tem o ITBI. O volume de vendas até o início de março era excepcional. Mesmo com a pandemia, o nosso índice de venda de abril está em cerca de 5%. Vende-se cinco apartamentos para cada 100 ofertados. Consideramos isso um ponto de equilíbrio. Representa um cenário realista. Em menos de 20 meses, é possível vender o empreendimento todo.”
Creci-DF
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do DF (Creci-DF) informou ter feito um estudo do comportamento do mercado com base no ITBI nos últimos cinco anos e confirmou a busca por de clientes por espaços maiores durante a pandemia. “Estamos atendendo muita demanda, sobretudo para terrenos, coberturas, casas e apartamentos com varandas. Não dá para dizer que o mercado imobiliário está sofrendo muito como outros setores”, afirmou o conselheiro Diego Gama.
Segundo o corretor, o momento é ideal para comprar. “Nunca experimentamos uma taxa de juros nominais como a de agora. Além disso, outro fator que colabora é o crédito imobiliário farto. A ideia é a de quem vai financiar, compre agora com os juros baixos e créditos disponíveis. No futuro, não se sabe como vai ser”, completou.