Veja quais regiões têm condições sociais menos favoráveis às mulheres
Apresentação do estudo “Mulheres e desigualdades de gênero em tempos de pandemia” ocorreu na manhã desta quinta (1º/12) pelo IPEDF
atualizado
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A população feminina do Distrito Federal está em situação de maior desvantagem social, sobretudo as mulheres cis e trans negras e pobres, quando comparada à masculina. A informação é uma das conclusões do estudo “Mulheres e desigualdades de gênero em tempos de pandemia”, divulgado em detalhes, nesta quinta-feira (1º/12), pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF).
A publicação faz parte da série Retratos Sociais DF, responsável por trazer diferentes visões sociodemográficas de perfis da população a partir de dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) realizada em 2021. E traz um retrato da população feminina do DF, comparando os dados entre homens e mulheres em aspectos como educação, responsabilidade pelo domicílio, arranjo familiar, trabalho, segurança alimentar e outros.
No DF, taxa de desemprego entre mulheres é o dobro da de homens
Segundo o IPEDF, as regiões administrativas de Brazlândia, Estrutual, Sol Nascente/Pôr do Sol e Varjão são as que apresentam as condições sociais menos favoráveis para as mulheres brasilienses e reforçam a alta disparidade de gênero presente na sociedade.
Umas das soluções apresentadas pelo IPEDF é de ampliar as políticas públicas implementadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Presente durante a apresentação, a secretária-executiva da Secretaria da Mulher, Rejane Parente, reforçou a necessidade de respeitar as especificidades de cada região.
“Não tem como tratar a região A, como a situação B. Para quem sofre violência ou está numa situação vulnerável, se você está no Guará e tem uma casa em Ceilândia, é difícil a pessoa procurar atendimento em uma unidade da Casa da Mulher Brasileira”, afirmou.
De acordo com a representante da pasta, há a intenção de construir, ao longo dos próximos quatro anos, mais unidades na Estrutural, Samambaia e Santa Maria. Em março do ano passado, foi anunciada a construção de quatro unidades da Casa da Mulher Brasileira (CMB) no DF ─ Sol Nascente, Sobradinho II, São Sebastião e Recanto das Emas. Apenas a unidade de Ceilândia voltou ao funcionamento.
Emprego
A taxa de desemprego para as mulheres é maior, ficando em 14,5%, enquanto que entre homens é de 7,7%. Elas também gastam, em média, 5 horas a mais que homens por semana em afazeres domésticos. No DF, a população é majoritariamente composta por mulheres (52,2% da população total).
O IPEDF identificou também que a maioria das mulheres da capital federal (77,9%) encontra-se ocupada no mercado de trabalho formal, enquanto o restante (22,1%) está inserida no mercado de trabalho informal. Ao analisar os dados por raça/cor, é visto que a 60,1% das que ocupam postos de trabalho informal são negras.