Veja momentos mais quentes do debate do Metrópoles com candidatos à OAB-DF
Debate foi realizado nessa terça-feira (5/11), no auditório da Faculdade IDP. Eleições serão em 17 de novembro, de forma on-line
atualizado
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O debate do Metrópoles com candidatos à presidência da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) foi marcado por revelações, troca de farpas e oito direitos de resposta concedidos. O evento, realizado nesta terça-feira (5/11), na Faculdade IDP, contou com a presença dos cinco candidatos ao cargo.
Um dos primeiros destaques foi o momento em que Karol Guimarães, da Chapa 99, A OAB que eu Preciso, durante o segundo bloco, falou sobre recentes impugnações a advogados da chapa apresentadas por outros candidatos. Ela citou o nome de dois advogados que tiveram a autodeclaração como negros questionada.
“Nós presenciamos, nos últimos dias, as piores cenas de horror da nossa OAB-DF. Lamentavelmente, o candidato Poli tem uma solidariedade seletiva, pois dois doutores negros foram impugnados. Quanto à questão dos negros, nós vamos dar espaços para os negros e para as negras, para os PCDs, para as minorias. Até porque o Conselho Federal diz que são eles que têm maiores dificuldades financeiras. Estamos aqui para trabalhar para você, que é 99%, que é excluído pela Ordem, que esses quatro grupos aqui excluem”.
Em seguida, Cris Damasceno, da Chapa 33, Inovar a Ordem, revelou que teve uma reunião com Cleber Lopes, candidato da Chapa 10, Ordem com + Voz, gravada. Ela, antes, fazia parte da equipe de Lopes e saiu para concorrer por conta própria.
“Em um dos nossos últimos contatos, porque eu realmente pedi para sair da sua chapa, eu fui surpreendida por uma imposição sua dentro da sala de reunião para gravação da nossa conversa. Não tive outra opção a não ser autorizar”, disse. “É impossível estar no território de outra pessoa e falar que não quer gravada. Isso é, no mínimo, antiético e imoral. Mas, por que isso foi feito, se outros homens, que saíram comigo desse grupo, não foram gravados”, questionou.
Assista ao debate completo:
Ainda durante o segundo bloco, Everardo Gueiros, o Vevé, da Chapa 20, Coragem para Mudar, insinuou que a atual gestão da OAB-DF vive “no mundo de Poliana”.
“Vocês sabem o que nós temos passado e, infelizmente, a nossa casa, a OAB, ao invés de defender nossas prerrogativas, de cuidar da advocacia, ela vira as costas. Coragem para mudar porque o que está aí não atende a advocacia raiz. Só se for no mundo de Poliana, em que tudo está bem. No mundo verdadeiro, não está bem. Então, nós queremos manter o que está funcionando e melhorar, e ter coragem para mudar as coisas que estão aí”.
Também durante o segundo ato do debate, Cleber Lopes frisou a questão da transparência da atual gestão.
“Venho, há um tempo, insistindo no tema da transparência. No dia 30 de agosto de 2024, encaminhamos o requerimento à presidência da Ordem pedindo a relação dos gastos com eventos institucionais. Os senhores mandaram um ofício às subseções e até hoje não responderam”, disse. “O Portal de Transparência estava desatualizado desde 2022. Nós fizemos o requerimento e atualizaram”, completou.
Já no quarto bloco, o candidato Paulo Maurício, o Poli, da Chapa 01, OAB para Todos, recebeu um direito de resposta atendido após Vevé dizer que a OAB-DF gasta combustível para “ir à lua”. Paulo Maurício alegou ser mentira. “É fake news a questão do combustível como é a questão da menor anudade. Temos, sim a menor anuidade. A de Tocantins é R$ 1 a menos que a nossa. Hoje só temos um carro para atender prerrogativas e as vans para levar os advogados ao sistema prisional. Diminuímos todas as contas.
Porém, em seguida, Vevé recebeu um direito de resposta com a explicação de que, quando ele disse sobre a lua, na verdade, se referiu à “volta ao mundo”. Segundo o pedido, a volta ao mundo tem 40 mil km. O orçamento da OAB-DF é de R$ 60 mil, e daria para dar 3,5 voltas ao mundo. “A advocacia não aguenta mais. Ele foi o tesoureiro e sequer sabe onde está sendo aplicado o dinheiro”, disse Vevé.
Pedidos de resposta
No total, o debate contou com oito pedidos de resposta deferidos pela comissão. O responsável pela análise foi o 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Roberval Belinati.
Ele analisou todos os pedidos dos candidatos e deferiu oito. Na abertura do debate, o desembargador destacou a importância da Ordem para a população.
“Uma das instituições mais respeitadas do Brasil. A confiança na instituição está ligada à defesa intransigente da Constituição e da promoção de causas justas sociais. Fazer parte da OAB é motivo de muito orgulho e satisfação profissional”.
Eleições
As eleições de 2024 da OAB-DF estão marcadas para 17 de novembro, quando cerca de 41 mil advogados votarão virtualmente para presidente, vice-presidente e demais cargos de gestão da seccional.