Varíola dos macacos: Saúde confirma mais 14 casos da doença no DF
Quantidade de casos subiu de 202 para 216 em quatro dias. Pacientes têm entre 20 e 39 anos. Maioria deles são homens
atualizado
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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou, nesta segunda-feira (5/9), que a capital do país tem 216 casos confirmados de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox.
Do total de pacientes, 208 são homens, e oito, mulheres. Além desses, a pasta investiga 153 casos suspeitos da doença. O boletim anterior saiu na última quinta-feira (1º/9). O relatório havia contabilizado 202 casos positivos no DF.
A maior parte dos casos confirmados no Distrito Federal ocorreu entre pacientes da faixa etária de 20 a 39 anos.
A fim de suprimir dúvidas quanto à transmissão da monkeypox, o Metrópoles explica quatro mitos sobre o assunto:
Mito 1: “Apenas homens gays e bissexuais correm risco de pegar a doença”
Qualquer pessoa que viva ou tenha contato próximo com um paciente com feridas ou bolhas provocadas pelo vírus monkeypox corre risco de se infectar. Isso inclui parentes, parceiros afetivos e sexuais, bem como profissionais da saúde, independentemente do gênero ou da orientação sexual.
O presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez, explica que o início da transmissão da doença coincidiu com grandes eventos do calendário do orgulho gay e que o vírus encontra nas aglomerações o ambiente perfeito para se disseminar.
“Esse grupo de pessoas, por uma circunstância, estava em maior risco. Poderia ter sido no Carnaval. Muitos fatores fizeram com que o vírus encontrasse uma forma mais eficiente de transmissão. Isso não quer dizer que tenha relação com a orientação sexual”, afirma.
Mito 2: “O vírus não é transmitido pelo ar; logo, não preciso fazer isolamento”
O isolamento faz parte das medidas para conter o surto. O paciente deve permanecer em quarentena por cerca de 21 dias três ou até que todas as lesões estejam completamente cicatrizadas e sem casquinhas, segundo José David Urbaez.
Mito 3: “O vírus é transmitido como o HIV”
Embora o vírus da varíola dos macacos tenha sido encontrado em uma amostra de sêmen, ainda não está comprovado se a transmissão pode ocorrer pelo contato com esperma ou fluidos vaginais. Ainda assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a doença uma infecção sexualmente transmissível (IST).
O contágio ocorre, principalmente, quando há contato próximo — que acontece pelo beijo, abraço, pela relação sexual oral ou com penetração — com fluidos das feridas ou bolhas de um paciente infectado. Outras vias de transmissão são por meio do compartilhamento de objetos e por superfícies contaminadas.
Mito 4: “A varíola dos macacos tem alto risco de morte”
Embora a doença possa causar quadros graves — com dor intensa causada pelas lesões na pele, acometimento da mucosa retal e cicatrizes permanentes por todo o corpo —, a taxa de mortalidade pela infecção do vírus monkeypox está abaixo de 1%.
“Felizmente, a doença tem letalidade muito baixa. Em alguns países da África, a letalidade é mais alta pela falta de acesso ao diagnóstico e ao tratamento, situação completamente diferente da nossa realidade”, pondera José David Urbaez.
Pessoas com o sistema imunológico comprometido, recém-nascidos e crianças muito novas correm risco de desenvolver quadros mais graves quando infectadas. No entanto, na maioria dos casos, os sintomas evoluem e desaparecem por conta própria em algumas semanas.
“No passado, entre 1% e 10% das pessoas com varíola dos macacos morreram. É importante notar que as taxas de mortalidade em diferentes contextos podem diferir devido a uma série de fatores, como o acesso aos cuidados de saúde”, comunicou a OMS.