UTIs no DF reservadas para Covid-19 só têm vaga para mais 171 pessoas
Os dados, divulgados nesta quarta-feira (17/06), indicam ocupação de 71,7% dos leitos na capital do país. No início do mês, era de 59%
atualizado
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O Distrito Federal terminou essa quarta-feira (17/06) com ocupação de 71,7% dos leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) reservados para pacientes com o novo coronavírus, segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde. No início de junho, a ocupação total era de 59%.
Em número absoluto, a realidade ganha dimensão ainda mais preocupante: são apenas 171 camas vagas, das 605 disponíveis em todos os hospitais do DF, média de uma para 14,7 mil pessoas.
No caso da rede pública, 269 das 392 unidades estão com alguém em estado grave, ou seja, 68,6%. Nos hospitais particulares, são 213 leitos específicos para infectados pela Covid-19, com 165 ocupados.
Para desafogar as unidades de saúde do DF, os leitos de hospitais de campanha foram criados com o objetivo de suprir a demanda de pacientes de baixa complexidade, ou seja, que devem permanecer internados, mas dispensam cuidados intensivos. Nessa terça-feira (16/06), dos 434 disponíveis, 222 estavam ocupados.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que planeja aumentar gradativamente o número de instalações ao longo dos próximos meses. “Serão construídas mais quatro unidades de campanha, com 164 leitos de enfermaria, 30 com suporte de ventilação mecânica e 86 UTIs.”
Tempo de internação
O tempo de internação nas UTIs por causa da Covid-19 também acende o alerta. Pelo menos 88% dos doentes do DF ficam até 15 dias ocupando o mesmo leito. A taxa para os que ultrapassam as duas semanas é menor. São 8,5% os que demoram de 16 a 30 dias para serem liberados.
Os números coincidem com o ciclo do vírus no organismo, que leva de 2 a 3 semanas. Segundo Jonas Lotufo Brant de Carvalho, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, este é o tempo entre o período de incubação, adoecimento, internação e o possível óbito ou melhora.
Aumento do número de mortes no DF
Na contramão do Brasil, que terminou pela primeira vez uma semana epidemiológica com menos óbitos que a anterior, o Distrito Federal viu a estatística aumentar segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Os números analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostram que a capital do país, entre os dias 31 de maio e 6 de junho (semana 23), contabilizou 46 novas mortes. Nos sete dias posteriores, a doença fez 85 vítimas, um aumento de 84,7%.
O período coincide com a flexibilização nas medidas para evitar o contágio da Covid-19. No dia 25 de maio, depois de 76 dias fechado, parte do comércio de rua reabriu. Dois dias depois, os shoppings receberam o aval para retomar o funcionamento.