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Uso será obrigatório, mas faltam máscaras nas farmácias do DF

Governador declarou que as pessoas serão obrigadas a usar o equipamento ao saírem de casa, mas há dificuldade para achá-lo nas farmácias

atualizado

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Matheus Garzon/Especial para o Metrópoles
Coronavírus: faltam máscaras nas farmácias do Distrito Federal
1 de 1 Coronavírus: faltam máscaras nas farmácias do Distrito Federal - Foto: Matheus Garzon/Especial para o Metrópoles

Moradores do Distrito Federal terão dificuldade em cumprir a nova determinação do governo local, de tornar obrigatório o uso de máscara para quem precisar sair de casa, em mais uma medida de combate à disseminação do novo coronavírus. Com estoques vazios, as farmácias estão sem previsão de chegada de novas unidades.

Na Rua das Farmácias, na Asa Sul, nenhum dos estabelecimentos conta com o equipamento descartável nas prateleiras. As cirúrgicas, como as N-95, acabaram há tempos, informaram os atendentes da Drogafuji, da Santa Marta e da Pacheco.

Como alternativa, as drogarias Unicom e Hospitália passaram a vender máscaras de pano, que são reutilizáveis. Nos dois locais, um pacote com cinco unidades sai por R$ 25. Já na Drogaria Brasil, as máscaras do tipo PFF2, utilizadas normalmente em construções, são vendidas a R$ 10,90 a unidade.

Sem opções, o consultor Rogério dos Anjos, 37 anos, precisou adquirir o objeto feito de pano. “É a primeira vez que compro, pois havia um estoque bom lá em casa antes. Comprei na necessidade mesmo”, conta.

Rogério mora com a mãe, que já é idosa e passou por três internações recentes por problemas cardíacos. Por esse motivo, ele não quer dar chance para o vírus entrar em casa. “Ela sempre precisou e eu encontrava para vender com facilidade. Agora, é impossível achar”, comenta.

Na Asa Norte, a dificuldade para encontrar o equipamento descartável é igual. Apenas uma drogaria visitada pela reportagem tinha a N-95. A unidade era vendida a R$ 27.

Em março já era complicado achar os produtos no DF. O Metrópoles percorreu farmácias, drogarias e supermercados em cidades como Plano Piloto e Taguatinga no dia 16 daquele mês. E os estoques de máscaras e álcool em gel estavam zerados.

Sobrecarga

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma-DF), Francisco Messias Vasconcelos, a determinação será impossível de ser cumprida. “Vamos vender o quê, se não tem? É algo que já vai começar irregular, pois as pessoas não vão conseguir as máscaras”, acredita.

Segundo ele, os principais fornecedores do produto no DF estão sobrecarregados e a falta de uma indústria especializada em solo brasiliense é bastante sentida. “O principal fabricante de quem eu comprava, do estado de Goiás, disse que não está dando conta de suprir a demanda nem nos hospitais de lá. Fora o preço, que já dobrou”, explica.

Para Vasconcelos, uma determinação dessas só terá êxito se o governo ajudar. “A partir do momento que você impõe algo, você tem que dar condições para que isso aconteça. Não vai ter como o empresário do shopping que já está quebrado, por exemplo, comprar várias máscaras”, afirma.

Procurado, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) informou que, em caso de “variação expressiva dos preços cobrados” das máscaras, o órgão poderá atuar fiscalizando. Nesse caso, “as denúncias devem ser realizadas para que possamos apurar e notificar o estabelecimento”.

Os canais para falar com o Procon-DF são o telefone 151 de 12h as 17h, de segunda a sexta ou pelo email 151@procon.df.gov.br.

Discussão

Secretaria de Saúde já havia indicado que a medida seria adotada. De acordo com Francisco Araújo, chefe da pasta, em entrevista na quarta-feira (15/04), a discussão do uso obrigatório de máscara nas ruas do DF vinha sendo realizada há dias.

Outras capitais do país vêm adotando o uso obrigatório do equipamento nas ruas, como Belo Horizonte. O prefeito da cidade mineira, Alexandre Kalil (PSD), decretou a medida a partir desta sexta-feira (17/04), porém, assegurou que não pretende abrir o comércio.

A  obrigatoriedade também começou nesta sexta em Florianópolis. Na capital catarinense, o cidadão que não utilizar o equipamento pode ser multado.

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