Uniforme de outra servidora do Samu-DF rasga na região das nádegas
Casos de uniformes rasgando no atendimento começam a ser registrados com certa frequência. Servidores denunciam que não recebem peças novas
atualizado
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Com mais de sete anos de uso, os uniformes dos servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) começaram a se deteriorar. Na sexta-feira (12/4), o Metrópoles recebeu foto de mais uma situação constrangedora. Em pleno serviço, uma socorrista viu parte de sua vestimenta simplesmente rasgar na parte das nádegas. Um dia antes, a vestimenta de um outro servidor rasgou no mesmo local.
Os trabalhadores cobram uniformes e equipamentos de proteção individual (EPIs) novos e adequados, mas os pedidos não seriam, segundo eles, atendidos pela Secretaria de Saúde. “Estava no plantão. Fiquei das 13h às 17h30 me expondo, sendo motivo de chacota na rua em três atendimentos”, desabafou um dos socorristas.
“Estamos sendo expostos ao ridículo sem receber uniformes há sete anos. Não compraram uniformes com desculpas de não conseguir fazer licitações. Estamos sendo penalizados e tirando do próprio bolso para não passar vergonha na rua”, complementou.
O uso de EPI é regulamentado pela Norma Nº 6 (NR-6). Segundo a regra, o uniforme adequado é imprescindível para a segurança do trabalhador, além de responsabilidade do empregador oferecer os equipamentos.
Regras dos EPIs:
Estar de acordo com as normas impostas pela legislação trabalhista provendo a Segurança no Trabalho.
Diminuir os índices de acidentes e doenças ocupacionais.
Diminuir absenteísmo.
Diminuir turnover entre os funcionários.
Reduzir gastos com a ausência do trabalhador.
Trazer maior segurança para o trabalhador.
Evitar presenteísmo, estimulando o colaborador a exercer sua função com qualidade.
Evitar prejuízo ou falhas para realizar uma determinação operação, trazendo agilidade nas atividades e consequentemente maior lucro.
Emenda perdida
O deputado distrital Jorge Vianna (PSD) chegou a destinar emenda para a compra de uniformes do Samu, mas, segundo ele, a burocracia atrapalhou o processo. “O problema é a burocracia. Criaram tantas especificações no macacão que acabaram não conseguindo comprar. É vexame para o servidor e para a nossa instituição. Isso é inadmissível, uma piada”, comentou.
“Teve emenda perdida em 2022, pois não foi executada”, contou. O parlamentar acionou o Palácio do Buriti na sexta-feira (12/4) cobrando o empenho de uma emenda no valor de R$ 1 milhão para a compra de uniformes. Segundo o Vianna, houve sinal positivo para a liberação da verba.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde. Por nota, a pasta argumentou que planeja adquirir novos uniformes e EPIs, mas não apresentou datas e nem valores de investimento.
Leia a nota completa:
“O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Distrito Federal desempenha um papel fundamental na garantia de atendimento ágil e eficiente em situações de emergência. No decorrer de 2023, o Samu DF recebeu mais de 800 mil ligações via 192, totalizando aproximadamente 70 mil intervenções por equipes moveis especializadas. Atualmente são mais de 600 profissionais tripulando ambulâncias, motos e aeronaves sendo os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) essenciais para os atendimentos.
Frente aos enormes desafios impostos pela complexidade da atividade de socorro e a gestão de recursos públicos é com grande orgulho que já em junho de 2023, a instituição iniciou a entrega de mais de 2,6 mil novos equipamentos de proteção individual (EPIs) que garantem a segurança dos profissionais durante as operações. Entre os itens fornecidos estão conjuntos térmicos (capas de chuva), coturnos, joelheiras, japonas (casacos de tecido grosso), macacões e luvas antichamas, além de conjuntos de inflajack (casacos de tecido grosso), proporcionando um ambiente mais seguro para a equipe enquanto realizam suas missões de salvamento.
Mas o projeto não parou por aí, já no início de 2024 outros itens seguem em fase de finalização para a entrega de novos uniformes e capacetes operacionais.
O esforço deve ser visto como atividade contínua sempre focado na renovação ininterrupta e periódica desses materiais reforçando nosso compromisso com a segurança dos nossos profissionais e com a qualidade do atendimento dos nossos pacientes”.