Unidade de referência do Hospital de Base é parcialmente interditada
Área de Cirurgia de Cabeça e Pescoço não tem condições de funcionar por falta de equipamentos básicos
atualizado
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Com 800 pessoas à espera de uma operação, a Unidade de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital de Base do Distrito Federal está parcialmente interditada. Desde a tarde desta sexta-feira (18/9), os médicos do local só atendem casos de urgência por falta de condições de trabalho. A decisão da Secretaria de Saúde foi tomada após uma vistoria do Conselho Regional de Medicina (CRM) do DF, que constatou a falta de insumos básicos para o atendimento, entre eles antibiótico.
Referência na área que atende pacientes com tumores, câncer na tireoide, na língua, o local – na avaliação do CRM – não garante “a dignidade e a segurança do exercício profissional médico”. Há duas semanas, o CRM constatou que não há condições de os médicos atuarem devido ao alto risco que correm os pacientes. Eles deram um prazo para a secretaria resolver o problema, o que não ocorreu. Diante disso, a entidade notificou a pasta para que se explicasse em 30 dias.
Para o corregedor e conselheiro do CRM-DF, Sérgio Zerbini, não existem condições mínimas de atendimento. Além de antibiótico, faltam cálcio, equipamento para detecção de nervos e sonda. “O conselho dá a autorização para os médicos trabalharem, mas sem condições, também podemos proibir a atuação deles. É uma questão de protegê-los, evitar problemas”, disse Zerbini.
O problema não está relacionado à tecnologia, mas a materiais básicos, coisa do dia a dia, sem complexidade.
Sérgio Zerbini, corregedor do CRM/DF
O outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que ainda não foi oficialmente comunicada pelo CRM sobre os problemas. Mas afirmou que “a diretoria da unidade resolveu acatar a recomendação, mesmo entendendo que o HBDF tem condições mínimas para manter o atendimento”.
A secretaria garantiu que os procedimentos de emergência serão mantidos. “Bem como as cirurgias de pacientes com câncer. A direção da unidade segue fazendo negociações e tomando todas as medidas para que o serviço seja restabelecido por completo o mais rápido possível”, garantiu a pasta.
Foto destaque: Luis Dantas/Domínio público