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UnB: TikTok derruba perfil de indústria de invasões a lives

Segundo o TikTok, a página com 4,8 mi views infringe diretrizes da plataforma ao constranger as pessoas pela indústria de invasão a lives

atualizado

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1 de 1 foto tiktok - Foto: Solen Feyissa/Unsplash

O TikTok derrubou o perfil de uma das maiores páginas que divulgam invasões a lives na plataforma. A conta tinha mais de 670 mil curtidas e um total de 4,8 milhões de visualizações nos vídeos com intenção de constranger as pessoas com as interrupções jocosas e até agressivas. A exclusão do conteúdo ocorreu após o Metrópoles acionar a plataforma sobre a publicação da indústria dos ataques massivos a reuniões on-line.

Segundo a rede social, o conteúdo infringia as diretrizes, com comportamentos ou declarações de assédio, degradação ou bullying. A política do TikTok não permite a divulgação que incite um indivíduo a publicar comentários em linguagem abusiva ou a denunciar uma conta de forma mal-intencionada, por exemplo.

Conforme a reportagem revelou, a página deixava fixado o passo a passo para encontrar uma live aberta e assim invadir o conteúdo. Essas ações ocorrem em rodas de oração, palestras, cultos e até mesmo em reuniões dos Alcoólicos Anônimos. Em cada situação, o modus operandi é o mesmo, mas a abordagem para chocar e constranger é diferente. Os invasores entram em grupo e começam falando no microfone frases desconexas, interrompendo a reunião. Nos encontros religiosos, eles colocam pentagramas, cenas de fogo fazendo alusão a inferno e representações de seres demoníacos

As páginas também não têm o menor pudor ao expor dependentes químicos em reuniões on-line pelos Alcoólicos Anônimos. Os invasores participam desses encontros fingindo que também estão doentes para debochar da situação. “Estou sem beber corote há três dias”, diz um dos invasores em um dos vídeos. Na publicação, as pessoas riem da situação, pedem para participar das próximas.

O rosto das pessoas foi borrado pelo Metrópoles por respeito a quem foi envolvido sem sequer ter o conhecimento da exposição.

Pornografia em palestra

O modo de agir desses conteúdos veio à tona após o ataque com material pornográfico a uma palestra na Universidade de Brasília. Na apresentação “Road Movies em uma perspectiva de gênero”, prevista em 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, um grupo orquestrado com cerca de 30 pessoas se uniu para atacar a reunião on-line.

O grupo apresentava falas misóginas e gordofóbicas durante a reunião. Eles também teriam escrito ofensas pelo chat e reproduzido imagens pornográficas na plataforma.
Em uma das cenas, os hackers colocaram imagem de sexo oral. Em outra, um pênis ereto e uma cena de penetração anal. As cenas chocaram quem assistia à palestra, que pediam para as pessoas pararem e diziam que era um absurdo.

A ação foi vista como violenta e agressiva pela professora Rose May Carneiro, que organizou a palestra. Ela registrou ocorrência on-line contra os suspeitos. De acordo com o boletim de ocorrência, a palestra foi anunciada pelas redes sociais, com a divulgação do link para quem tivesse interesse em assistir e contribuir. A denúncia apontou que a maioria dos invasores entraram com nomes de mulheres e proferiram frases como “sou lésbica, mas tenho dois filhos”, “tenho muito orgulho de ser Trans” e “essa moça é gorda porque engoliu a Rose”.

O Grupo de Pesquisa Gênero, Comunicação e Sociabilidade (Gecoms) que era responsável pela exibição do filme repudiou as ações dos hackers.

“Iniciativas de promoção da igualdade de gênero são sistematicamente atacados por grupos que utilizam as redes sociais para calar vozes dissidentes, desestruturar debates construtivos e boicotar avanços em prol da justiça social e igualdade de gênero”, destacou a publicação.

O grupo reforçou a importância de um ambiente seguro on-line em que esses ataques não aconteçam. “Não nos calaremos. Continuaremos a lutar por um mundo onde todas as vozes possam ser ouvidas, respeitadas e valorizadas, independentemente de gênero, orientação sexual, cor ou corpo”.

Google

Responsável pelo Google Meet, o Google Workspace respondeu que oferece uma série de recursos e segurança para evitar os ataques. A plataforma orienta a :

“Não compartilhar links de reuniões publicamente, apenas com os participantes convidados.

Os organizadores podem criar e compartilhar, apenas com os convidados, uma senha de acesso à reunião: Isso dificulta a entrada não autorizada.

Denunciar atividades suspeitas: se algo parecer errado, denuncie para que possamos tomar as medidas adequadas.

É recomendado que a pessoa crie uma lista antes para os interessados em participar e envie por e-mail apenas ao grupo específico. Também é possível que o moderador da página controle o compartilhamento de conteúdo e o acesso aos microfones. O passo a passo de como agir está neste link”.

UnB repudia

Em nota, a Universidade de Brasília (UnB) informou que tomou conhecimento do caso pela imprensa e entrou em contato com a docente para prestar apoio e orientá-la a tomar as medidas institucionais cabíveis para a apuração dos fatos.

“A UnB sempre apoiará grupos de pesquisa da instituição, tais como o GECOMS, para que possam se posicionar livremente sobre qualquer tema de pesquisa. Somos uma instituição educadora, que realiza pesquisa de excelência e defende a liberdade de cátedra”.

De acordo com a instituição, é recomendável o uso das plataformas digitais oficiais para a realização das atividades acadêmicas, uma vez que elas oferecem ferramentas para o controle dos participantes das salas virtuais.

“A UnB repudia qualquer forma de violência, agressão ou comportamento inadequado, reiterando seu compromisso com os direitos humanos, pautado pelo respeito mútuo e pela ética”, concluiu.

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