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UnB: gatos estão vacinados e não há casos de raiva, dizem voluntários

Comunidade de felinos da universidade é monitorada por voluntários. Segundo o grupo, não há caso recente de morte de gato pela doença

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Alunos caminham no Instituto de Ciências Centrais, o ICC, um dos principais prédios da Universidade de Brasília. Ao lado do corredor, um jardim - Metrópoles
1 de 1 Alunos caminham no Instituto de Ciências Centrais, o ICC, um dos principais prédios da Universidade de Brasília. Ao lado do corredor, um jardim - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após a morte de um jovem por raiva no DF e o questionamento em relação ao vetor da doença fatal, voluntários e a ONG Atevi garantem que não há possibilidade de que a infecção tenha sido ocasionada por um felino da Universidade de Brasília (UnB). Segundo o grupo, os animais são vacinados e não há registro de infecção entre eles.

O debate sobre a imunização e a situação dos felinos veio à tona após a família do rapaz morto pela doença contestar o vetor e o local da infecção. O jovem era estudante da UnB. Parentes questionam a primeira versão para a infecção do rapaz, levantando a suspeita que o contágio pudesse ter ocorrido no campus. Os voluntários e a ONG monitoram a comunidade de felinos da universidade.

“Externamos a nossa solidariedade à família do jovem morto em decorrência da raiva humana, e consideramos legítima a motivação da família em identificar a origem da doença, contudo, vimos, por meio desta, esclarecer questões relevantes sobre a população de gatos da Universidade de Brasília com o intuito de dirimir dúvidas sobre a saúde geral dos gatos daquela comunidade”, ressaltou a presidente da Atevi, Ana Teresa Casasanta.

Segundo o grupo, a comunidade de felinos é monitorada há pelo menos 8 anos. Os voluntários seguem protocolos não apenas de vacinação, mas também de controle de natalidade dos gatos. Os imunizantes são cedidos pela Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde do Distrito Federal (Zoonoses).

O último ciclo de vacinação começou em janeiro deste ano, começando pelos animais mais mansos. De acordo com os voluntários, cada passo das colônias é acompanhado, incluindo casos de abandono, atropelamento, acidentes, ataques de cães, resgates, entre outros exemplos.

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Os animais que transmitem o vírus para os humanos são, principalmente, cães e gatos, mas todos os animais de sangue quente, desde que estejam infectados, podem ser transmissores. Morcegos que consomem sangue, raposas, guaxinins, macacos, bois, galinhas e porcos, por exemplo, também podem passar a doença
Quando não tratada, a raiva humana pode levar à morte dentro de 7 dias, aproximadamente. Por isso, após a exposição ao vírus ou a partir do início dos sintomas é importante procurar ajuda médica o mais rápido possível
A forma mais comum de transmissão da raiva é através da mordida de um animal, pois é preciso que a saliva infectada entre em contato com uma ferida na pele ou com a membrana dos olhos, nariz ou boca do outro indivíduo. Sendo mais raro, portanto, que aconteça por meio de arranhões
Após o vírus adentrar o organismo, os sintomas da raiva em humanos começam a surgir em aproximadamente 45 dias. A manifestação da doença é semelhante a de uma gripe, tais como: dor na cabeça, mal estar, irritabilidade, fraqueza e febre. Além disso, no local da mordida também pode surgir algum desconforto, como sensação de formigamento ou de picada
Conforme a progressão da doença, novos sintomas se manifestam, e, geralmente, relacionados com a função cerebral, tais como: confusão mental, ansiedade, comportamento anormal, agitação, alucinações e insônia. Quando surgem esses sintomas, o desfecho costuma ser fatal
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A raiva é uma doença viral extremamente infecciosa. Ela acomete mamíferos e pode ser transmitida de animais para humanos, momento em que passa a ser chamada de raiva humana. A enfermidade, causada pelo vírus rábico, é caracterizada como uma encefalite progressiva e pode levar à morte

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Os animais que transmitem o vírus para os humanos são, principalmente, cães e gatos, mas todos os animais de sangue quente, desde que estejam infectados, podem ser transmissores. Morcegos que consomem sangue, raposas, guaxinins, macacos, bois, galinhas e porcos, por exemplo, também podem passar a doença

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Quando não tratada, a raiva humana pode levar à morte dentro de 7 dias, aproximadamente. Por isso, após a exposição ao vírus ou a partir do início dos sintomas é importante procurar ajuda médica o mais rápido possível

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A forma mais comum de transmissão da raiva é através da mordida de um animal, pois é preciso que a saliva infectada entre em contato com uma ferida na pele ou com a membrana dos olhos, nariz ou boca do outro indivíduo. Sendo mais raro, portanto, que aconteça por meio de arranhões

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Após o vírus adentrar o organismo, os sintomas da raiva em humanos começam a surgir em aproximadamente 45 dias. A manifestação da doença é semelhante a de uma gripe, tais como: dor na cabeça, mal estar, irritabilidade, fraqueza e febre. Além disso, no local da mordida também pode surgir algum desconforto, como sensação de formigamento ou de picada

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Conforme a progressão da doença, novos sintomas se manifestam, e, geralmente, relacionados com a função cerebral, tais como: confusão mental, ansiedade, comportamento anormal, agitação, alucinações e insônia. Quando surgem esses sintomas, o desfecho costuma ser fatal

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A raiva humana tem vacina, que deve ser aplicada em duas doses, com sete dias de intervalo. Por isso a importância de procurar socorro médico com urgência para que ela possa ser eficaz. Caso a doença esteja em quadro avançado, as chances de êxito diminuem

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Em animais, o principal meio de evitar a raiva é através da vacinação. O imunizante faz parte do calendário obrigatório para cães e gatos no Brasil

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“Vale ressaltar que não houve, em qualquer tempo, nenhum registro confirmado de raiva entre os gatos ou mesmo a observação de sintomas do quadro, sejam iniciais ou terminais, que tenham sido reportados por quaisquer voluntários do grupo”, pontuou Ana Teresa.

O grupo mantem contato e troca informações com a  Secretaria do Meio Ambiente da UnB (Sema), a Faculdade de Agronomia e Veterinária (FAV), o Hospital Veterinário da UnB e a própria Zoonoses.

Conforme o relato dos voluntários, todos os gatos encontrados mortos nos campus devem ser autopsiados. E, desde a confirmação do caso de raiva humana no DF, nenhuma causa mortis foi associada à raiva.

“O grupo de voluntários reconhece a gravidade da atual situação e, tanto motivados pela preocupação com os gatos quanto com a pessoas, tem atuado de forma responsável e vigilante com o intuito de garantir melhores condições de saúde aos animais (a exemplo da vacinação), minorando, assim, as chances de quaisquer riscos para a comunidade humana da UnB. O trabalho de todos os envolvidos é árduo e contínuo, mas feito de forma sistemática e pautado pelo comprometimento ético no trato com os animais e na relação destes com o ambiente”, enfatizou.

Ana Teresa ressaltou que não há caso recente de gatos infectados por raiva no campus. “Em 10 anos, não houve nenhuma contaminação de raiva. Nenhum dos gatos mortos por atropelamento ou ataque de cães foi diagnosticado com raiva”, destacou.

O grupo de voluntários não recolhe felinos, mas, atualmente, precisa de doações para cuidar da comunidade no campus. Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo número: (61) 98101-5733.

OAB-DF

O episódio também entrou na pauta da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF). “Um situação trágica que mostra a necessidade de campanhas de conscientização. Mostra a importância de se ter relações harmoniosas e de respeito entre os humanos e os animais não humanos”, afirmou a vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais, Ana Paula de Vasconcelos.

UnB

O Núcleo de Estudos sobre Direitos Animais (Nedai) da UnB também divulgou nota sobre o caso. O comunicado prestou solidariedade à família do estudante morto. Segundo o texto, os gatos que vivem no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, não são “animais errantes”. Os felinos monitorados foram acompanhados inclusive durante o período de isolamento na pandemia da Covid-19.

“A raiva tem um período de incubação, segundo a literatura médica, que ocorre na maioria das vezes entre duas semanas e três meses após a agressão. Só este fato afastaria a suspeita de contaminação no campus, pois o estudante começou a frequentar a universidade em 6 de junho e manifestou os primeiros sintomas no dia 15 de junho, ou seja, em um período de 9 dias”, destacou a nota.

Segundo o Nedai, nos últimos tempos, os gatos encontrados mortos na UnB foram necropsiados e apresentaram lesões compatíveis com atropelamento e morte por ataques de cães. Não há casos de raiva. O documento também reforçou que a comunidade de felinos do campus foi imunizada. Por isso, do ponto de vista do Núcleo, a hipótese de infecção na universidade está descartada.

Denúncia, cuidados e vacina

Caso alguém desconfie que algum animal esteja com raiva é importante comunicar à Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde pelo Disque Saúde – 160 ou pelo e-mail: zoonosesdf@gmail.com. O contato deve ser feito o mais rápido possível.

Além disso, não deve-se matar o animal agressor. É preciso deixá-lo em observação durante 10 dias, em local seguro, para não fugir nem atacar pessoas ou outros animais. Ele deve receber água e comida, normalmente. Durante a observação, verificar se apresenta algum sinal suspeito de raiva (alteração de comportamento).

Caso não seja possível observar o animal em casa, encaminhá-lo ao canil da Gerência de Vigilância Ambiental Zoonoses (Gvaz), da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde.

No caso de uma possível infecção, a pessoa deve ir a uma unidade de saúde o mais rapidamente possível para o primeiro atendimento. Tutores de pets devem vaciná-los. Confira os pontos de imunização no link.

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