UnB estuda esgoto de cidades do país para analisar uso de drogas
Técnica adotada pela universidade em parceria com a Caesb será utilizada em amostras colhidas em municípios de outras regiões
atualizado
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A Universidade de Brasília (UnB) analisará amostras de esgotos para identificar a dinâmica do consumo de drogas entre moradores do Distrito Federal e de outras cinco cidades brasileiras. O trabalho será desenvolvido em parceria com a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), o Ministério da Cidadania e do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA) a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil (PCDF).
Segundo os organizadores do projeto, a pesquisa objetiva identificar as substâncias secretadas pelo organismo de usuários de drogas. As informações produzidas pela análise dos dejetos buscam complementar os dados gerados pelos métodos já existentes.
A proposta é estimar a evolução do consumo de drogas nas localidades nos últimos anos.
Além da capital, o estudo também analisará amostras das redes de esgoto de Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), São Carlos (SP), Campinas (SP) e Natal (RN). Um dos diferenciais da pesquisa é que a análise permitirá uma investigação a curto prazo.
Outros estudos
Não é a primeira pesquisa do tipo de autoria da UnB. Em 2012, a instituição de ensino e a Universidade de Campinas (UniCamp) se dedicaram ao estudo do consumo de cocaína entre a população do DF. A Caesb também participou.
Foram coletadas amostras em seis estações de tratamento da companhia. Os resultados revelaram um consumo de 1.080 mg/dia em cada mil habitantes.
Na prática, o resultado revelou, na época, um consumo de cocaína per capita mais elevado nas regiões norte de Brasília e Samambaia, onde a população é atendida pelas estações da Asa Norte e Samambaia, respectivamente.
Os valores foram duas vezes maiores que o consumo de cocaína pela população atendida pelas estações de Planaltina e Riacho Fundo. Outro dado observado é que o consumo de cocaína no fim de semana é maior do que em outros dias da semana — o que pode indicar um aumento do uso recreativo da droga nesse período.