UnB aprova disciplina obrigatória sobre direito e relações raciais
Nova disciplina de 60 horas será obrigatória para os estudantes de direito da UnB e tem o objetivo de aprofundar a crítica ao racismo
atualizado
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A Universidade de Brasília (UnB) aprovou, por unanimidade, a inclusão da disciplina Direito, Relações Étnico-Raciais e Gênero como obrigatório no curso da Faculdade de Direito. A votação ocorreu nesta sexta-feira (25/10) e foi motivada após reivindicação de estudantes negros que destacaram em carta aberta a importância da disciplina. A disciplina terá 60 horas e será implementada no novo currículo acadêmico na extensão como obrigatória para estudantes que ingressarem no curso.
Pós-doutoranda em direito da universidade e ativista para a implementação do curso, Maíra de Deus Brito destacou que a disciplina é um ganho para toda a sociedade. “Já era uma disciplina oferecida desde 2017, mas agora segue exemplos de outras universidades que também tornaram matérias similares obrigatórias”, disse.
Segundo ela, os estudantes apontaram na carta aberta que o novo formato institucional evita a exclusão de temas raciais e de gênero da grade principal. “Ressaltando que a abordagem desses temas ‘não é algo acessório'”.
A doutoranda Géssica Arcanjo destacou a importância da disciplina para aprofundar a crítica ao racismo. “A medida consolida avanços nas políticas de inclusão da universidade, que foi a primeira instituição federal a adotar o sistema de cotas raciais no Brasil“, completou.
“O bacharel em direito que não seja versado no debate sobre relações raciais é um jurista não plenamente formado para lidar com dilemas estruturais da sociedade brasileira”, destaca a carta aberta dos estudantes. O documento ressalta ainda que mais de 55% da população brasileira se identifica como negra.
Leia a carta na íntegra neste link.