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UnB apaga pichações e alunos comparam reitora a prefeito de SP

A medida foi tomada por Márcia Abrahão depois que delegado acusou universidade de ser “leniente” com o consumo de drogas

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1 de 1 unb pichacao pintura - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A Universidade de Brasília (UnB) decidiu pintar os prédios da instituição, cobrindo pichações e grafites que há anos fazem parte do local. A medida foi tomada quatro dias depois de a instituição ter sido acusada por um delegado da Polícia Civil de ser “leniente” com o uso de drogas e causou controvérsia entre os estudantes. Uma parte apoia a decisão. Outra, não. Nas redes sociais, a #MárciaDoria concentra as críticas à reitora Márcia Abrahão.

Em grupos do Facebook, alguns estudantes se manifestaram favoráveis à ação. As mensagens apoiam a medida e dizem que a universidade ficará mais limpa. “Galera que rabisca a faculdade. Só consigo pensar que eram aquelas crianças que queriam rabiscar as paredes e os pais não deixavam”, escreveu uma aluna.

No entanto, as reações negativas são em maior número. O Centro Acadêmico de Comunicação Social (Cacom) manifestou-se, publicamente, em desagravo à decisão da UnB. Em nota, intitulada “Repúdio à higienização do Instituto de Ciências Centrais (ICC)”,  afirma que a pintura “desrespeita a memória e a história de lutas”.

Na manhã desta terça-feira (25), registros publicados pelos próprios estudantes mostram que até mesmo as paredes do Instituto de Artes (IdA) estão sendo pintadas. Na postagem, os estudantes prometem refazer os desenhos e pichações.

“A pichação é uma forma de expressão que a UnB está censurando”, defendeu um aluno pelas redes sociais. “O microcosmo da UnB tá virando São Paulo e a Márcia é o nosso Dória”, ironizou outro estudante. “Desculpem, mas eu estou achando muito bizarra essa repressão às drogas (maconha) na UnB e essa pintura de tudo o que estava nas paredes etc.”, destacou um terceiro.

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Outro lado
O professor Paulo César Marques, chefe de gabinete da Reitoria, explicou que a medida, tomada na segunda-feira (24/4), faz parte de uma ação de limpeza do campus Darcy Ribeiro. “Fazemos essas ações periodicamente. Não tem nenhuma intenção de destruir criações artísticas ou apagar manifestações políticas.”

Sobre a comparação da reitora com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que pintou os grafites da cidade de cinza, Paulo César disse que os estudantes têm o direito de se manifestar. “Eles são livres. Não vi ainda o teor das declarações, mas acho até um pouco engraçada essa associação.”

Leniência
A limpeza geral na UnB ocorreu quatro dias depois de a Polícia Civil ter prendido três homens que eram acusados de produzir maconha em uma área dentro do campus Darcy Ribeiro. Poucas horas depois, em entrevista, o delegado Rodrigo Bonach, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), disse que a instituição era “leniente” com o consumo de entorpecentes.

“A Reitoria e as forças de segurança da UnB têm mostrado uma atitude colaborativa com a polícia, afinal, não é de interesse da universidade que haja o cultivo de drogas em seu terreno”, afirmou Bonach. “Porém, existe uma leniência histórica dentro do ambiente acadêmico da UnB, o que é um vexame, porque o local é incompatível com o consumo de droga. Se a pessoa estiver com o sistema nervoso alterado, não poderá adquirir conhecimento”, ponderou o policial.

O delegado apresentou exemplos à imprensa do que seria essa conivência da instituição com o uso de drogas. “No ICC (Instituto Central de Ciências), verificamos pichações de apologia ao uso de drogas. Quero crer que a atual reitoria eliminará essas influências negativas”, declarou Rodrigo Bonach. As imagens flagradas pelos investigadores estavam em paredes de centros acadêmicos da instituição.

Um dia depois, em entrevista ao Metrópoles, a reitora Márcia Abrahão rebateu o delegado. “Nem lenientes nem tolerantes. A UnB é uma instituição educadora, que deve coibir, sim, o uso de drogas em suas dependências.”

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