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Um presente para os 60 anos de Brasília: a solidariedade

A capital do país, em sua história, sempre foi conhecida pelo voluntariado dos moradores. Em tempos de coronavírus, a prática não mudou

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Hugo Barreto/Metrópoles
Coracy Coelho coordenador de um projeto chamado Coletivo da Cidade que atende famílias carentes na Estrutural. Eles estão com uma campanha, recebendo doações e cestas para entregar para as famílias carentes
1 de 1 Coracy Coelho coordenador de um projeto chamado Coletivo da Cidade que atende famílias carentes na Estrutural. Eles estão com uma campanha, recebendo doações e cestas para entregar para as famílias carentes - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Brasília chega aos 60 anos neste 21 de abril de 2020 e o aniversário, infelizmente, será marcado pela pandemia do novo coronavírus. A festa vai ficar para depois. Mas a capital do país também é presenteada por cidadãos que provam a importância de demonstrar a solidariedade, principalmente em tempos de crise, em que beijos e abraços devem ser evitados.

Os voluntários brasilienses fazem trabalhos sociais há muito tempo. Agora, também merecem receber os parabéns por servirem de exemplo e continuarem a agir, sendo feriado, quarentena ou dia de festa.

No Sol Nascente, o projeto Corrente do Bem Brasília é um exemplo. Com a crise econômica que caminha ao lado da quarentena, o grupo percebeu que o trabalho teria que ser maior. Hoje, arrecada cestas básicas de alimento para ajudar famílias carentes em situação de vulnerabilidade social da região.

O gestor do projeto, pastor Moisés Nogueira de Faria, 41 anos, disse que o Corrente do Bem Brasília acompanha cerca de 70 famílias desde 2009. Em 2020, se o número de necessitados aumentou por causa do cenário atual, a provisão veio na medida certa. E a instituição está conseguindo manter o suficiente para todos.

“Arrecadamos cerca de 650 cestas que foram entregues para os nossos assistidos e outras famílias necessitadas. Geralmente, somos muito criteriosos em doar, mas dessa vez, percebemos que deveríamos afrouxar um pouco as regras para sermos mais eficientes”, lembra Moisés.

“Procuramos pessoas que poderiam indicar famílias sem nada, que dariam o respaldo necessário para que as doações chegassem nas pessoas certas”, explica.

Ainda de acordo com ele, doar sem regras pode ser um grande problema. Então, é necessário desenvolver maneiras de que a ajuda seja eficiente mesmo em um cenário complexo como o de atualmente.

“Com a pedra na mão, cada ONG joga a sua vez, tentando ser o mais rápido e eficiente com os recursos que possui. A crise gera uma grande rede de generosidade e muitas pessoas estão querendo ajudar. Levamos muitas cestas para os colégios da região para chegar nos alunos mais pobres e que não estão tendo a merenda escolar”, acrescentou.

No aniversário de Brasília, Moisés diz que a mensagem do grupo é de esperança. “Para deixar claro que temos que continuar lutando. As pessoas estão apreensivas e isso é muito para eles que não têm nada. O nosso intuito é levar paz para essas famílias e mostrar que elas não estão sozinhas”, diz o pastor.

Caso queira ajudar e doar para o projeto Corrente do Bem Brasília, basta entrar neste link.

Veja o vídeo do pastor Moisés, gestor do projeto:

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O Sol Nascente é uma das regiões mais carentes do DF
Pastor Moisés Nogueira de Faria, gestor do projeto
Iniciativa já distribuiu 650 cestas desde o início da pandemia
Equipe da Corrente do Bem de Brasília
Famílias recebem orientações sobre as doações
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Coracy Coelho, coordenador de um projeto chamado Coletivo da Cidade, que atende famílias carentes na Estrutural

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O Sol Nascente é uma das regiões mais carentes do DF

Divulgação/Corrente do Bem Brasília
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Pastor Moisés Nogueira de Faria, gestor do projeto

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Iniciativa já distribuiu 650 cestas desde o início da pandemia

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Equipe da Corrente do Bem de Brasília

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Famílias recebem orientações sobre as doações

Divulgação/Corrente do Bem Brasília

Coletivo da Cidade

O feriado do aniversário de Brasília e o isolamento social não podem fazer parar o trabalho do Coletivo da Cidade. O coordenador do projeto, Coracy Coelho, disse que entidades locais da Cidade Estrutural se juntaram para arrecadar doações de moradores da capital a fim de ajudar as famílias (foto em destaque).

“Na Cidade Estrutural, a condição de precariedade das famílias, em sua grande maioria trabalhadores da economia informal ou desempregados, é composta por mulheres. Estão enquadradas no grupo de risco pela idade ou por problemas de saúde anteriores como diabetes, pressão alta, entre outros. Elas ficam desassistidas, sem trabalho e,  por isso, precisam de ajuda. ”

A campanha intitulada “Vamos ajudar a Cidade Estrutural” pretende arrecadar alimentos, mantimentos e remédios para distribuir aos mais vulneráveis.

De acordo com Coracy, diante da pandemia, a forma de doar também mudou. Para evitar o máximo de contato, a doação é preferencialmente realizada em dinheiro por meio de transferência bancária por dois motivos: não disseminar a contaminação do vírus e seguir movimentanado a economia local.

Veja a entrega de cestas:

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Famílias receberam cestas e kits com material de limpeza
Doações são recebidas todos os dias
Mais 400 cestas serão entregues nos próximos dias
Equipe do Coletivo da Cidade
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Projeto Coletivo da Cidade, na Estrutural

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Famílias receberam cestas e kits com material de limpeza

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Doações são recebidas todos os dias

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Mais 400 cestas serão entregues nos próximos dias

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Equipe do Coletivo da Cidade

Divulgação/Coletivo da Cidade

“Contamos com a ajuda do Grupo de Voluntários Boa Ação e o Inglês na Estrutural, e lançamos a campanha. Com a verba para comprar insumos e as doações, estamos atendendo, atualmente, mais de 700 famílias. Entregamos uma cesta básica e um kit de higiene com água sanitária, sabão em barra e sabonete líquido para cada uma delas”, relata Coracy.

Eles orientam as famílias a higienizar as mãos e os cômodos da casa. Tudo feito de forma organizada, sem aglomerações e seguindo um protocolo de proteção. “Nos próximos dias, estamos organizando mais uma leva de entregas com cerca de 400 cestas”, completa.

Saiba como doar:

 

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*Entidades locais se juntam para arrecadar doações para moradores da Estrutural* Em função da emergência de saúde pública causada pelo COVID-19, todos se preocupam com seus familiares e amigos. Mas para algumas pessoas a situação é ainda mais crítica por razão de vulnerabilidade socioeconômica, como acontece na Cidade Estrutural. Por isso, as entidades locais Coletivo da Cidade, @inglesnaestrutural e @grupovoluntarioboacao se juntaram para lançar uma campanha de arrecadação de doações para famílias na Cidade Estrutural. A campanha de doação pretende arrecadar alimentos, mantimentos e remédios para distribuir a essas famílias mais vulneráveis. Além disso, a campanha também aceita e prefere doação em dinheiro por dois motivos: para evitar a contaminação e para movimentar a economia local. Na Cidade Estrutural, a condição de precariedade das famílias, em sua grande maioria trabalhadores da economia informal ou desempregados e composta por mulheres, estão enquadradas no grupo de risco pela idade ou por problemas de saúde anteriores como diabetes, pressão alta, entre outros. As doações em dinheiro podem ser depositadas na conta do Coletivo da Cidade: Banco do Brasil Agência: 1507-5 Conta: 59563-2 CNJPJ: 16.482.372/0001-31 E as doações de mantimentos estão sendo organizadas através do formulário na bio

Uma publicação compartilhada por Coletivo da Cidade (@coletivodacidade) em

Gratidão

De outro lado, a gratidão. A desempregada Neide da Silva Medeiros, 58, é moradora do Trecho 3 do Sol Nascente e mora com o marido e o filho em uma casa de três cômodos. Ela é uma das donas de casa que vive atualmente da solidariedade com a ajuda das instituições para ter  o que comer.

“Meu filho é catador de recicláveis e está sem poder trabalhar com o isolamento. A única renda era a dele. É muito ruim olhar para a cozinha e ver que não tem nada. Se não fosse essa ajuda da Corrente do Bem Brasília, não teríamos condições de comprar”, lembra Neide.

Ela lembra que não tem como adquirir o álcool em gel. Por isso, fez sabonete líquido caseiro e algumas máscaras com tecidos doados. “Vamos nos virando com a higienização. Somos muito gratos por essa ajuda. Sem ela, não estaríamos sobrevivendo.”

Arquivo pessoal
Neide da Silva Medeiros, 58, moradora do Trecho 3 do Sol Nascente. Ela está recebendo ajuda da Corrente do Bem de Brasília

Além do projeto Coletivo da Cidade, na Estrutural, a administradora da creche Associação Esperança, no Setor de Chácaras Santa Luzia, Nazaré Almeida, 56, também conta com a bondade de voluntários para alimentar famílias da região administrativa.

“A gente atende 35 crianças diariamente, que não têm condições nenhuma em suas residências. Todos os dias, muitas pessoas batem na minha porta para implorar qualquer ajuda e pedir comida. Nós sempre precisamos de todo o tipo de doações”, aponta.

Nesta época da pandemia, graças aos colaboradores, dona Nazaré conseguiu arrecadar 430 cestas básicas, além de álcool em gel, sabonetes e máscaras. Ela mesma é uma voluntária.

“Faço isso porque senti na pele o peso do que é sentir fome. Sempre fui de família humilde. A fome dói e deixa a gente triste. Essas pessoas vivem de cooperativas de reciclagem e agora todos estão parados sem ganhar dinheiro no mês. Só posso agradecer por estar conseguindo deixar a mesa dessas famílias com o mínimo de comida.”

Quem quiser ajudar a creche da dona Nazaré pode entrar em contato pelo telefone (61) 98551-7099.

Assista o vídeo com pedido de ajuda de Nazaré da creche Esperança:

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Nazaré entrega cestas para famílias da Estrutural
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Administradora de creche recebe doações para alimentar famílias

Arquivo pessoal
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Nazaré entrega cestas para famílias da Estrutural

Arquivo pessoal
Pisco de Luz

Nos 60 anos de Brasília, os voluntários da capital não se limitaram à comida ou ao dinheiro. E nem ao quadradinho onde moram. A solidariedade pode chegar muito mais longe nas mãos deles. O projeto Pisco de Luz é um exemplo: leva energia solar para áreas remotas de comunidades quilombolas no norte de Goiás.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, impossibilitado de continuar o trabalho em campo, o grupo descobriu outra forma de agir. O empresário brasiliense André Viegas, 52, idealizador da iniciativa, conta que os esforços estão concentrados na montagem dos kits de luz solar para levar às comunidades assim que o isolamento social acabar.

“Ir para essas comunidades seria um risco muito grande porque poderíamos levar a contaminação. Paralisamos as nossas ações locais, mas estamos trabalhando nos kits de energia solar para que essas pessoas possam iluminar as suas casas assim que tudo isso acabar.”

De acordo com André, o kit é composto por uma placa de energia solar que o próprio grupo leva e instala nas casas da região. “A última ação ocorreu em fevereiro. Agora, já temos 100 kits prontos para serem distribuídos a essas famílias. Buscamos quem nos apoie e ajude a beneficiar mais famílias.

Para colaborar com a Pisco de Luz e ajudar a iluminar o lar de mais de 1 milhão de famílias que ainda vivem na escuridão, sem acesso à eletricidade, faça doações pelo site ou Intagram @piscodeluz.

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