“Um opressor”, diz irmã de Izabel Aparecida sobre autor de feminicídio
Izabel Aparecida Guimarães de Sousa foi morta com um tiro na testa, disparado por Paulo Roberto Moreira Soares, preso na noite de domingo
atualizado
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Familiares e amigos de Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36 anos, reuniram-se, na tarde desta segunda-feira (6/2), para se despedir da vendedora, no Cemitério de Taguatinga. Vítima de feminicídio, ela foi assassinada com um tiro na testa, disparado por Paulo Roberto Moreira Soares, 38, em Ceilândia.
Izabel Aparecida foi assassinada no sábado (4/2), na frente da filha de 8 anos. Paulo Roberto se entregou na noite desse domingo (5/2), na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2.
Veja imagens do enterro:
Ao Metrópoles, Olívia Guimarães de Sousa, 49, contou que a irmã era uma pessoa muito reservada e que nunca havia contado à família sobre as agressões psicológicas que sofria do ex-companheiro.
“Ele é um opressor, um monstro. Destruiu minha família. Nunca vimos nele comportamento de brutalidade, mas, recentemente, descobrimos que minha irmã escrevia sobre traumas e agressões psicológicas sofridas”, contou Olívia.
Assista à entrevista:
Relacionamento abusivo
Familiares de Izabel Aparecida descreveram o relacionamento da vendedora com Paulo Roberto como abusivo. O casal ficou junto por cerca de 10 anos, mas estava separado havia dois meses.
Outros parentes da vítima relataram que Paulo Roberto não aceitava o fim da relação e que tinha comportamentos agressivos. O ciclo de violência terminou com a morte da vendedora.
A vítima foi levada com vida, mas em estado grave, para o Hospital de Base. Contudo, não sobreviveu. Ela era a caçula de sete irmãos. Todos compareceram à Capela 3 do Cemitério de Taguatinga, nesta tarde, para dar o último adeus a Izabel Aparecida.
Confissão
Após o crime, Paulo Roberto mandou um áudio em um grupo de amigos e confessou ter matado Izabel Aparecida.
“Ai, véi. Eu estou sem palavras. A Bel [Izabel Aparecida] me deixou louco. Ela pegou todo o meu dinheiro da conta e ficava rindo, falando que eu iria passar vergonha. Eu cheguei lá nela e disse: ‘Desbloqueia a conta, Bel. Mande para a minha conta de volta’. Ela falou que não voltaria, e eu não pensei. Que merda, bicho. Eu matei o amor da minha vida”, afirmou.
Apesar de dizer que Izabel Aparecida estaria no controle dos gastos e de não conseguir ter acesso ao próprio dinheiro, o assassino sacou R$ 3 mil de uma conta horas antes de cometer o crime.