Um ano depois, gêmeos ainda não conseguiram cirurgia na rede pública
Gustavo, um dos irmãos, chegou a ser internado nessa quarta (18/4) no Hospital de Base, mas, por falta de UTI, não conseguiu ser operado
atualizado
Compartilhar notícia
Exatamente um ano após o Metrópoles contar a história dos gêmeos Augusto e Gustavo da Silva Camargo, 4 anos, a família volta a pedir socorro. Eles sofrem com uma deformação na cabeça que provoca o fechamento do crânio (craniossinostose) e precisam de cirurgia corretiva para resolver o problema, mas, até agora, não conseguiram.
Na época, a Secretaria de Saúde informou que esse tipo de operação era realizada somente no Hospital de Base do Distrito Federal. Mas, os procedimentos estavam suspensos porque o aparelho utilizado, o craniotocirúrgico, apresentava defeito.
O novo equipamento chegou nesta semana e o Instituto Hospital de Base de Brasília (IHB) fez contato com a família na manhã de quarta-feira (18/4), solicitando que Gustavo fosse internado para realizar o procedimento. No entanto, a esperança logo se transformou em frustração.“Ele fez todos os exames pré-operatórios. Estava na sala, já vestido, equipe preparada. Foi aí que o médico responsável virou para mim e disse que não poderia operá-lo, pois não havia leito de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] disponível”, contou a dona de casa Mitchelly Layla da Silva Camargo, 23, mãe dos garotos.
Ela disse ainda que Gustavo segue internado à espera de uma definição. No entanto, a mãe teme pelo pior. “Ainda não me disseram nada. Não sei se vão realizar a cirurgia ou não. É um misto de tristeza, decepção e medo. Já são três anos aguardando esse procedimento”, desabafou.
Os meninos nasceram prematuros, quando a mãe estava no 7º mês de gestação. Após o parto, ficaram dois meses internados no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Aos 6 meses de vida, Augusto passou por uma cirurgia para corrigir a moleira. Por ter nascido com apenas 1500g, Gustavo não pôde ser operado. Além da deformação no crânio, ambos apresentam problemas nos rins.
Consultado, o Instituto Hospital de Base (IHB) informou que “o paciente está recebendo todos os cuidados médicos enquanto aguarda a cirurgia”, e o procedimento “será realizado assim que houver disponibilidade de um leito de UTI”.