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Um ano após condenação, pai de santo é preso por estuprar adolescente

Wilson Rodrigo Braga de Araújo está detido no Complexo Penitenciário da Papuda. Pena de pai de santo é de 10 anos, 7 meses e 15 dias

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 pai de santo preso3 - Foto: Arquivo pessoal

O pai de santo Wilson Rodrigo Braga de Araújo está no Centro de Detenção II, no Complexo Penitenciário da Papuda. Há um ano, em maio de 2022, Wilson foi condenado e deve cumprir 10 anos, 7 meses e 15 dias de prisão. Ele responde por abuso sexual mediante fraude e aborto induzido por terceiro. Quando a violência começou, a vítima tinha 16 anos.

“Agora, eu quero que ele apodreça lá dentro”, desejou a mãe da vítima. A filha dela engravidou do religioso, que chegou a indicar medicamentos para o aborto. Ela chegou a ter uma hemorragia. “Acho que ele queria matar minha filha junto”, supôs a mãe. Para ela, a condenação é importante, mas o estrago que o criminoso provocou na vida da família é maior.

“Depois do crime, ele viveu. Eu e minha filha não vivemos mais”, braveja a mãe da vítima. Por três anos, o pai de santo teria manipulado a garota e os familiares para ganhar confiança deles. O estuprador alegava ser capaz de incorporar a entidades conhecidas como Exu Veludo, Exu Capitão Veludo e Exu Padilha. Ele dizia que precisava “proteger” a vítima e que, para isso, ela precisaria frequentar a casa dele, onde seriam feitos trabalhos de proteção.

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Pai de santo convenceu vítima a fazer aborto
Wilson usava da fé para se aproximar das vítimas s
A tenda do religioso está localizada em Águas Lindas
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Pai de santo foi condenado a 10 anos de reclusão

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Pai de santo convenceu vítima a fazer aborto

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A tenda do religioso está localizada em Águas Lindas

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“Ele manipulava a minha filha. Falava que os dois tinham sido casados em outra vida e que só ele poderia tirar a virgindade dela”, relembra. Ela não é a única que foi violentada por Wilson. A obsessão do criminoso era com mulheres virgens. Das quatro mulheres que acusam o religioso de abuso, três nunca tinham tido experiências sexuais. Outra vítima – no qual o processo ainda está em tramitação – tinha 13 anos quando o pai de santo começou com os abusos.

O suspeito tem um terreiro em Águas Lindas de Goiás, Entorno do DF, onde conheceu as meninas. Os estupros, porém, teriam ocorrido na casa do criminoso, em Ceilândia, e na residência das vítimas.

Para evitar que elas contassem a outras pessoas sobre a violência, ele fazia “ameaças espirituais”. Familiares contaram que parentes do homem entraram em contato repetindo as mesmas ameaças de “maldições”.

“Ele usou e abusou da minha filha por anos. Fazia ela de boneca, dizendo que tinha direito sobre ela. Ainda ameaçava bater nela. Tem detalhes que eu não sei, porque não dou conta de ouvir”, destacou uma das mães.

Traumas

“De zero a 10, minha filha hoje está 4”, lamenta a mãe de uma das adolescentes, vítimas de Wilson. Os crimes criaram traumas na vida das meninas. Mais de uma precisou iniciar tratamento com medicamentos tarja preta para depressão e ansiedade. Automutilação também foi registrada por mais de uma menina. Há 20 dias, uma das jovens teve uma crise de choro e pediu “desculpas” à família por supostamente ter dividido os familiares.

“Eu digo todos os dias para ela que ela não tem culpa, que ela é uma vítima e que estamos do lado dela. Mas ele deixou um machucado. Minha filha era uma criança feliz”, chorou a mãe, por telefone.

As automutilações passaram a ser frequentes com pelo menos duas vítimas. Desde então, a preocupação e a angústia das mães só aumenta. “Eu ia trabalhar e não sabia se ia ter minha filha em casa”, desabafa. No processo que tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), mais de três anos após o crime, a vítima ainda não foi ouvida.

Relembre o caso

O caso veio à tona em 2020 quando investigadores da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) apontaram o pai de santo como suspeito de abusar sexualmente de três mulheres e uma adolescente. Na ocasião, o homem foi preso na Operação Veludo.

Naquele mesmo ano, o Ministério Público do Distrito Federal denunciou Wilson Rodrigo Braga de Araújo. O julgamento foi realizado pelo Tribunal do Júri de Ceilândia em maio de 2022. A prisão, porém, só ocorreu um ano depois, no último dia 26.

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