Uber fala em desemprego com fim de modalidade X
Projeto de lei elaborado pelo Executivo proíbe a categoria UberX de rodar em Brasília. A intenção é que o serviço do aplicativo não faça concorrência direta com os táxis. Mas empresa reclama e diz que 300 motoristas podem ficar sem trabalho
atualizado
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A empresa responsável pelo aplicativo Uber questiona a exclusão do UberX, prevista em projeto de lei (PL) enviado pelo Governo do Distrito Federal à Câmara Legislativa, e diz que o fim do serviço pode representar a demissão de 300 motoristas.
Em nota, a empresa disse reconhecer o “comprometimento do Executivo em desenvolver uma legislação para o transporte individual privado que resguarde o direito de escolha do cidadão”. No entanto, afirmou que é preciso avaliar outra questão: “O direito de trabalho de milhares de motoristas em todo o Brasil”.Durante 90 dias, um grupo formado por sociedade civil, taxistas, integrantes do Uber e do GDF realizou diversas discussões para criar um PL com o intuito de regulamentar o aplicativo. O documento foi encaminhado na quarta-feira (18/11) à Câmara Legislativa, mas provocou uma reação da empresa.
Dados de uma pesquisa que desenvolvemos com os nossos 6 mil parceiros em todo o país, em outubro, mostram que metade dos motoristas parceiros de UberX reportaram que estariam desempregados se não utilizassem a Uber como fonte de renda
Trecho de nota do Uber
Vídeos
A empresa conversou com alguns dos motoristas e gravou vídeos com eles na tentativa de sensibilizar o governo (veja abaixo). Além disso, alegou que a exigência de haver apenas um motorista cadastrado por carro poderia impossibilitar a continuidade do serviço em algumas situações. “Na maioria dos casos em que parceiros compartilham o mesmo veículo, eles o fazem por necessidade, já que, sem essa possibilidade, não conseguiriam os recursos para entrar no mercado”, diz a nota.
O GDF concluiu o documento na última semana e afirmou que o serviço do UberX, um atendimento mais barato e com desconto, concorreria diretamente com os táxis. Por isso, permitiria somente a categoria Uber Black, por ser um serviço de luxo e assumir um novo papel, além dos permissionários.
O secretário chefe da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais, Sérgio Sampaio, esclareceu que o projeto encaminhado à Câmara Legislativa do Distrito Federal é somente um texto inicial para ampla discussão. A expectativa é que os parlamentares trabalhem no aperfeiçoamento do documento que regulamenta aplicativos para serviço de transporte individual privado, como o Uber.
“O Poder Executivo espera a contribuição do Poder Legislativo. Toda a sugestão que venha no sentido de aperfeiçoar ou de observar algo que nós não tínhamos observado deve ser vista e recebida de bom grado”, frisou. “No processo democrático, o papel do parlamento é de suma importância para a criação de boas leis, mesmo quando o assunto é de iniciativa exclusiva do Poder Executivo”, emendou.
Assista os vídeos: