Triplo homicídio: suspeito fez mulheres servirem comida a ele em outro assalto
Lázaro Barbosa de Sousa é suspeito de matar pai e dois filhos nesta madrugada e de sequestrar mulher. Em maio, ele fez outra família refém
atualizado
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O suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, também teria invadido uma casa na mesma região, em 17 de maio, e feito outra família refém. Segundo a Polícia Civil do DF (PCDF), na ocasião, Lázaro Barbosa de Sousa (foto de destaque), 32, obrigou as mulheres a servirem comida para ele na cozinha, enquanto os homens estavam amarrados.
Para o delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), Raphael Seixas, o modus operandi é semelhante: ele entrou na casa com revólver e faca, amarrou a família e tirou as roupas deles. Só que dessa vez ninguém ficou ferido.
Uma das hipóteses para o triplo homicídio, ocorrido na Fazenda Vidal, no Incra 9, na madrugada desta quarta-feira (9/6), em Ceilândia, é que Lázaro tenha invadido a casa para roubar os pertences da família, a exemplo do que fez em maio em outra residência.
No entanto, ao ver que Cleonice Marques, 43, mulher de Vidal, pedia socorro pelo telefone, ele matou pai e filhos e se apressou em deixar o local do crime, levando ela como refém. Cleonice ainda está desaparecida. Foi solicitado o apoio de helicóptero e cães farejadores para procurá-la. A Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS) presta apoio às investigações.
O caso, segundo o delegado, chama a atenção pela brutalidade. O triplo homicídio chocou o Distrito Federal. Os corpos estavam em um quarto, um deles sobre a cama, e os outros dois no chão. As vítimas foram encontradas com marcas de tiro e facadas.
Pedido de socorro
Cleonice conseguiu ligar para a família pedindo socorro ao ver que a porta da sua casa estava sendo arrombada. Eles chegaram rapidamente ao local, 10 minutos depois. No entanto, Cleonice já havia sido levada. Cláudio Vidal ainda estava vivo.
Antes de morrer, Cláudio Vidal disse ao cunhado que a esposa havia sido levada por quem invadiu a casa deles: “Age rápido porque levaram a Cleonice”. A polícia informou que os celulares das vítimas estavam em casa. Porções de dinheiro também foram encontradas. Não há indícios de que algo foi levado da residência.
Veja fotos do local do crime e de Cleonice:
Outros crimes
Lázaro Barbosa já é investigado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 2 (Deam 2) pelo crime de roubo seguido de estupro. No dia 26 de abril, ele teria abordado uma mulher no Sol Nascente e a estuprado.
Segundo a polícia, ele já residiu no Sol Nascente e em Águas Lindas (GO), Entorno do DF, mas atualmente não tem endereço fixo e trabalha como carroceiro. A polícia investiga se há participação de outras pessoas no crime.
Há mandado de prisão contra ele na Bahia por homicídio e três condenatórios na Justiça do DF: dois roubos e um estupro.
Família acredita em assalto
De acordo com a Polícia Militar do DF (PMDF), a porta da casa estava arrombada. A cunhada de Cláudio Vidal contou ao Metrópoles que Cleonice Marques chegou a ligar em seu telefone para pedir socorro.
Sônia Maria, 58, disse que Cleonice pediu socorro com a voz baixa no telefone. “Ela falou que estavam entrando na casa dela e pediu para ligar para a polícia, mas logo desligou o telefone. Acredito que tomaram dela”, disse.
Familiares e amigos das vítimas acreditam na hipótese de assalto. Segundo Edivaldo Gomes, o amigo da família, as vítimas não tinham inimizade com ninguém e mantinham boas relações com os clientes da floricultura e com os vizinhos.
“Somos amigos há anos, conheço os meninos desde criancinha e é choque pra mim. Não tem possibilidade de ser acerto de contas, só pode ser assalto, mesmo”, afirmou.
À reportagem o sobrinho de Cláudio Vidal contou que não pode imaginar outro motivo para o triplo homicídio. “Acreditamos que podem ter entrado na chácara em busca de dinheiro, e eles podem ter reagido, mas desconhecemos outros motivos”, reforçou.
“Os familiares das vítimas moram na residência ao lado. Eles informaram que a família tem uma floricultura e não tinha inimizades. Há uma semana, um assalto foi cometido na região, mas eles não souberam informar o que, de fato, ocorreu”, explicou o sargento da PMDF Tiago Gomes, que esteve no local.
“Não há testemunhas. Os parentes viram apenas uma movimentação suspeita, pensaram que se tratava de roubo, mas, quando entraram na casa, se depararam com os corpos e chamaram a polícia”, completou o PM.